O major da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Flávio Silvestre de Alencar será ouvido nesta quinta-feira (3/8), às 10h, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa (CLDF). O oficial teria determinado o recuo de tropas da corporação na via de acesso à Praça dos Poderes, em 8 de janeiro.
O oficial já foi preso duas vezes pela Polícia Federal, na operação Lesa Pátria, em decorrência dos desdobramentos dos atos golpistas. À época da última prisão dele, na 12ª fase da operação, o Correio apurou que a PF encontrou uma troca de mensagens do oficial em um grupo de mensagens do WhatsApp, em dezembro de 2022, nas quais ele afirma que, "na primeira manifestação, é só deixar invadir o Congresso".
As mensagens foram encontradas no telefone do tenente Pereira Martins — alvo da 5ª fase. A informação foi dada inicialmente pelo G1 e confirmada pela reportagem. Com a revelação de novos elementos, a corporação entendeu ser necessário a prisão do oficial para não comprometer o avanço das investigações.
Ao ser preso pela primeira vez, também na 5ª fase, o oficial explicou, em depoimento à PF em fevereiro, que determinou o recuo da tropa de Choque para socorrer o então comandante-geral da PMDF, coronel Fábio Augusto Vieira. Ele comandava o Batalhão de Choque, na ausência do coronel Marcelo Casimiro, que estava de folga.
De acordo com o oficial, ele recebeu chamados de um ajudante de ordens do então comandante-geral, que estava sendo cercado dentro do Congresso Nacional. Alencar então, em uma viatura, foi no bloqueio dos policiais e explicou para o tenente Pereira Martins — o mesmo da tropa de mensagens em dezembro — a situação. Ocasião em que pediu a retirada de 16 policiais para a operação de salvamento do coronel Fábio, que acabou sendo agredido com um cone na cabeça.
No entanto, todas as viaturas — e ônibus — deixaram o bloqueio. O oficial também afirmou que o efetivo da Tropa de Choque era insuficiente, mas que ele não é o responsável por determinar o número de policiais para operações do tipo. Além disso, havia pouco armamento químico para combater a ofensiva dos invasores.
Conforme divulgado pelas imagens do circuito interno do STF, quando os policiais recuaram, manifestantes avançaram o isolamento e iniciaram a entrada dentro dos prédios do Supremo, do Congresso e do Palácio do Planalto, tomando conta da Praça dos Três Poderes.
O major está preso na Academia de Polícia Militar do Distrito Federal, em cela próxima ao do ex-comandante do Departamento de Operações (DOP) da PMDF, Jorge Eduardo Naime. O requerimento para convocação do oficial é do deputado distrital Fábio Felix (PSol).
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