Centenas de jovens do Distrito Federal se preparam para um encontro com o Papa Francisco na capital portuguesa nesta semana. Um levantamento realizado pelo Setor de Juventude da Arquidiocese de Brasília estimou que ao menos 570 jovens da capital federal estão inscritos para participar dos eventos da Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa.
Em Portugal, são esperados mais de 1 milhão de peregrinos de diversas nações do mundo. Desse total, 10 mil são brasileiros.
Paroquiano da Igreja Nossa Senhora de Lourdes, em Taguatinga, o estudante Eduardo Diges, 24, já está em Lisboa. Durante sua peregrinação, ele passou por locais religiosos na Itália, como Assis, cidade onde nasceu São Francisco, e Roma, onde está localizado o Vaticano.
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Sobre a expectativa de ver de perto o Papa Francisco, Eduardo afirma que sente uma energia espiritual vinda do pontífice. “A sua pureza, não só dele, no caso, mas de pessoas que estão próximas a ele, também. Acho que quando a gente abraça uma fé, a nossa vida, em propósito de vida, é muito bom não se sentir sozinho”, afirma.
Eduardo ainda conta que seu processo de conversão parte de uma busca incessante pelo céu.
“O futuro da humanidade está na juventude. Então eles precisam ser mais ativos e, principalmente, buscar um propósito de vida. A JMJ está aqui para isso. Para apresentar um propósito de vida para os jovens de todas as idades, mas, nesse momento e nessa fala, em especial, aos jovens de idade”, destaca o jovem.
Dos 570 jovens de Brasília que participarão da jornada, 96 são da Paróquia Nossa Senhora da Esperança, na Asa Norte. Para o vigário, padre Cássio Selaimen Dalpiaz, isso representa a força que a evangelização de jovens tem produzido não só em sua paróquia, mas também em todo o DF.
"Eu gosto muito de uma expressão que compara dois tipos de homem: aquele que é o soberbo fechado em si mesmo, e o homem que se coloca a caminho. E essa juventude tocada por Cristo não tem medo de se colocar a caminho. Isso dá uma alegria muito grande e me faz bendizer o Senhor", enfatiza.
Encontro por meio da literatura
Além de ser vigário, o padre Cássio também coordena um grupo de jovens que, por meio de um projeto de extensão na Universidade de Brasília (UnB), irá ao encontro de centenas de milhares de jovens em Lisboa para evangelizar por meio da literatura. O projeto, intitulado “Uma Jornada Literária Inesperada”, se baseia nos escritos de J.R.R Tolkien - autor católico, idealizador da Terra Média e de O Senhor dos Anéis - e de Dante Alighieri, autor de A Divina Comédia.
Através de seminários na Universidade de Coimbra e de uma estande durante os dias da jornada, que começa nesta terça-feira (1º/8), o presbítero, junto com seu grupo, promete levar a cultura literária aos parques onde acontecerá a jornada.
“Um encontro é sempre uma alegria. E a jornada como ocasião de encontro com o Papa e, também, junto com a juventude da Igreja do mundo inteiro que se reúne, é sempre um momento de poder falar bem das coisas diante de um mundo tão pessimista. Não é um discurso propriamente de otimismo, mas de esperança”, afirma, ainda, o padre.
Empolgação muito grande
Para o arcebispo de Brasília, Cardeal Dom Paulo Cezar Costa, a presença forte de jovens do DF no evento demonstra uma empolgação “muito grande” dos brasilienses para a jornada.
“Isso é fruto do empenho de tantos padres, grupos, lideranças juvenis que têm incentivado os jovens a buscar um caminho reto, feliz, de boas ações, de bons propósitos, pensando na fé como elemento primordial para a vida e para a construção do bem comum”, pontua o cardeal.
Dom Paulo será um dos bispos responsáveis por dar catequeses entre os dias 2 a 4 de agosto, em diferentes locais da capital lusitana. Para conferir os locais e horários onde irão ocorrer as palestras, basta acessar o portal da Arquidiocese de Brasília. Além disso, o cardeal também estará presente nos eventos centrais com o Papa Francisco, a partir da quinta-feira.
“O Papa Francisco tem nos recordado que a JMJ é uma oportunidade de reflexão para todo o mundo de como os jovens são importantes para o futuro. É ocasião de pensarmos no futuro, mas também no presente, colocando os problemas, buscando juntos soluções, mas sobretudo, crescendo na esperança e no incentivo de que sim, é possível construirmos um mundo melhor, mais fraterno, mais humano”, completa.
*Estagiário sob a supervisão de Hylda Cavalcanti