Três homens foram presos, na tarde desta quinta-feira (27/7), pelo sequestro de um comerciante de compra e venda de veículos de leilão, 62 anos. Os sequestradores mantiveram a vítima em cárcere por quatro dias com as mãos e pés amarrados e olhso vendados, além de baterem no idoso. Os criminosos tentaram extorquir dinheiro da vítima e mandavam imagens para os familiares pedindo resgate.
Na tarde de segunda-feira (24/7), o comerciante e morador de Samambaia foi atraído para uma emboscada no Guará 2 por um indivíduo com quem ele mantinham negócios de compra e venda. No local, o idoso foi abordado por outros quatro criminosos que estavam em um carro branco e levado para um cativeiro em local ainda desconhecido pela polícia.
No cativeiro, a vítima permaneceu com os olhos vendados e sendo constantemente espancada com o intuito de forçá-lo a pedir para a família que pagasse o resgate. Contato esse que só foi feito na terça-feira (25/7). "Ocorre que o dinheiro todo, uma grande quantia, estava depositado na própria conta da vítima e a família ficou impossibilitada de efetuar o pagamento do resgate", explica o diretor da Divisão de Repressão a Sequestros, da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri), Leandro Ritt.
Com essa impossibilidade de transferência, nos dias que se seguiram, os autores utilizaram o cartão da vítima para efetuar compras e transferências bancárias, continuando com as agressões. A família informou o sequestro para a polícia na quarta-feira (26/7). Até que, na manhã desta quinta-feira (27/7), os sequestradores fizeram um acordo com o comerciante, que se dispôs a ir a uma agência bancária em Ceilândia acompanhado de dois autores para efetuar uma transferência de uma grande soma de dinheiro.
Após a operação bancária, dois sequestradores, sendo um deles o que o atraiu para a emboscada, e a vítima foram em direção a Unaí com o objetivo de continuar com o idoso em cativeiro e para procurar atendimento médico para o comerciante devido às lesões sofridas pelos espancamentos. "Ocorre que o veículo já estava sendo monitorado e eles pararam no posto, na região do Café Sem Troco, onde foram abordados pela equipe da Divisão de Repressão a Sequestros", detalha o delegado.
Ainda segundo Ritt, os criminosos alegaram que a vítima foi levada ao cativeiro porque havia um desacerto entre ela e algumas pessoas que negociam veículos. "Era um valor pequeno que diziam que ele devia mas, ao chegar no cativeiro, os sequestradores tiveram acesso ao aplicativo bancário do comerciante e viram que ele tinha depositado em conta uma quantia cerca de dez vezes maior do que seria a dita dívida", comenta o diretor da Divisão.
Os presos devem passar por audiência de custódia nesta sexta-feira (28/7). Os criminosos vão responder pelos crimes de extorsão mediante sequestro e com restrição à liberdade da vítima. Dois tinham passagens por roubo e o terceiro tinha antecedentes por estelionato.