O profissional da saúde está em constante contemplação da fragilidade humana, o que é ainda mais complexo quando se trata de crianças. Para celebrar essa função, 27 de julho é o Dia do Pediatra. A data foi lembrada pelo Hospital da Criança de Brasília (HCB) com um evento especial para os profissionais.
Para Luciana Monte, médica no HCB, além de empatia e dedicação, pediatras também devem saber ouvir com paciência. "Às vezes é por algo leve, outras por uma coisa muito grave, mas todas as famílias ficam ansiosas quando uma criança fica doente", conta. "Por mais que tenha o peso de crianças com doenças, ao mesmo tempo consegue ter a leveza do sonho e do lúdico", reflete a pneumologista pediátrica.
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A expectativa de trabalhar nesse ambiente contrasta com o pesar de tratar doença e foi alterada ao longo dos 23 anos de atendimento às crianças. Para ela, o tempo de experiência reforçou a necessidade de saber ouvir as demandas de cada família. "Nós acompanhamos seres em formação, acolhemos às famílias e podemos ajudá-las até mesmo como conselheiros" relata.
Dentre as dificuldades da profissão, lidar com a vulnerabilidade na saúde de uma criança pode ser algo doloroso e que exige ao pediatra recordar os princípios que o levam a seguir na profissão. É o que expõe Helen de Melo Santos Osterne. "Quando a gente pensa que é possível ajudar e que podemos fazer diferença na vida dessa criança, a gente consegue ter forças para poder fazer um bom trabalho", afirma a médica.
Como mãe, Helen é pessoalmente afetada pela rotina de trabalho, pois é inevitável não se colocar no lugar daqueles que acompanham os pequenos. "Muitas vezes eu penso que não conseguiria estar no lugar delas, porque têm mães aqui no hospital com crianças que têm doenças crônicas gravíssimas, e eu fico imaginando como elas são fortes. Não sei como eu conseguiria lidar com essa situação."
Cristiana é uma dessas mães e frequenta o HCB desde 2016, quando sua filha foi encaminhada à unidade para tratar as complicações originadas de uma má formação na bexiga. Apesar da dificuldade, a pequena responde bem ao ambiente. "A Maria Luíza, hoje, é uma outra criança. Ela já pode fazer o que não fazia antes."
Tendo em vista a data especial, a superintendente executiva do HCB Valdenize Tiziani reforça que o cuidado com a criança é algo integral, que envolve mesmo os profissionais de outras áreas. Para ela, "não importa qual função você desempenha. Todos nós estamos incluídos no cuidado com a criança".
*Estagiário sob a supervisão de Suzano Almeida
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