Violência contra a mulher

Violência contra a mulher cresce no DF, aponta relatório da SSP-DF

Levantamento da Segurança Pública mostra aumento em três indicadores analisados: violência doméstica, estupro e importunação sexual. Os números deste ano foram comparados ao mesmo período do ano passado

Um relatório elaborado pela Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF) fez um raio-x dos tipos de agressões que as mulheres estão sofrendo dentro e fora de casa no Distrito Federal. Os números são dos primeiros seis meses deste ano e foram comparados com o mesmo período de 2022. O levantamento aponta aumento de 4,7% na violência doméstica ou familiar no Distrito Federal, com 8.820 ocorrências em 2023. Nos seis primeiros meses do ano passado, foram 8.428 registros. 

O relatório mostra que a maioria dos agressores (homens e mulheres) têm entre 18 e 40 anos. A reincidência entre os homens é maior, sendo que 666 cometeram o crime mais de uma vez, enquanto 29 mulheres repetiram a violência.

Estupro

A partir deste ano, a SSP-DF passou a divulgar de forma detalhada os tipos de violência sexual, como estupro, importunação e assédio sexual. Sobre crimes de estupro, a pasta detalhou que dez regiões administrativas com maior incidência, quando somadas, totalizam 64% do total registrado. Ao todo, 370 ocorrências foram registradas nos seis meses de 2023 nesses lugares.

No total, 139 mulheres foram violentadas na capital federal neste ano. O número é maior do que em 2022, quando houve 108 casos. Dessas ocorrências — com vítimas maiores de 14 anos —, foram identificados 95 autores — 68,3% dos criminosos. A faixa etária da maioria dos autores está entre 31 e 40 anos, 23,6%; de 18 a 30 anos, 21,7%; de 41 a 50 anos, 14,3%; e menores de 18 anos, 13,8%. Já os crimes de estupro de crianças, registrou 203 ocorrências no DF. Dentro do relatório da pasta, há a ocorrência de um estupro coletivo em 2023, que ocorreu em um parque, em janeiro deste ano.

O levantamento traz que na maior parte das ocorrências de estupro, a vítima é mulher na faixa etária de 18 a 30 anos. A maioria dos casos citados no relatório ocorre dentro de um ambiente residencial. Há registros desse tipo de crime em quase todas as regiões administrativas, com exceção do SIA, região com raras residências.

Importunação e assédio

O maior número verificado pelo levantamento foi o de importunação sexual. Em 2023, 356 crimes dessa natureza ocorreram na capital federal, enquanto no ano passado, foram 283. Embora as mulheres apareçam como maioria esmagadora nas ocorrências (90,1%), as vítimas são de ambos os sexos. A faixa etária da maioria das vítimas é de 18 a 30 anos e menores de idade. 

O perfil dos autores são homens (96,9%), sendo as principais faixas etárias de 18 a 30 anos, 22,4%; 31 a 40, 18%; e 41 a 50, 20,2%. Das ocorrências, 64% foram identificadas pela polícia. Diferentemente dos últimos indicadores, o local onde esses crimes ocorrem, na maioria das vezes, é dentro do transporte público. Há registros dentro de ônibus, veículo de aplicativo, metrô, avião, transporte irregular e até dentro de escola pública.

O único indicador que não registrou aumento foi o de assédio sexual. Os números apresentaram uma queda tímida de 9,5%. Em 2022, foram 42 crimes, e em 2023, 38. A maior incidência desses crimes ocorre no interior da empresa onde a vítima trabalha.

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