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Para especialista, combate à violência doméstica tem de ser intersetorial

Ela Wiecko, que integra o Núcleo de Estudos e Pesquisa sobre as Mulheres da UnB (Nepem), falou ao Podcast do Correio sobre atuação da Justiça em casos de violência contra a mulher e defendeu trabalho conjunto por parte das esferas de poder

A procuradora aposentada do Ministério Público Federal (MPF) e doutora em Direito, Ela Wiecko Volkmer de Castilho, foi a entrevistada desta quarta-feira (26/7) do Podcast do Correio e falou sobre a atuação do Judiciário em casos de violência doméstica e familiar. Em entrevista às jornalistas Adriana Bernardes e Thays Martins, ela abordou ainda o trabalho desenvolvido pelo Projeto de Extensão Maria da Penha: Atenção e Proteção a Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Familiar, na Ceilândia. Ela Wiecko leciona no Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade de Brasília (UnB), na linha de pesquisa "Criminologia, Estudos Étnico-Raciais e de Gênero" e no programa de Pós-Graduação em Direitos Humanos e Cidadania, Linha de Pesquisa "Políticas Públicas, Movimentos Sociais, Diversidade Sexual, Raça e Etnia". 

"Nesse sistema de Justiça, o Judiciário, o Ministério Público, a Defensoria Pública, os serviços psicossociais, cada um tem o seu papel, mas todos têm a mesma missão que é dar uma resposta e punir também os autores dos fatos", explicou a especialista.

Ela Wiecko, integrante do Núcleo de Estudos e Pesquisa sobre as Mulheres da UnB (Nepem), acredita que deve haver uma sensibilização maior por parte dos agentes de justiça ao lidar com casos de violência contra a mulher. "Experiências de sensibilização onde você se coloca na situação da outra pessoa, acredito que promovem mais mudança. A capacitação tem que ser contínua de todos os atores do sistema de Justiça", sugeriu.

"Se a mulher quer o divórcio ou guarda compartilhada dos filhos, vai para a vara de família. Quando chega lá e fala que sofre violência doméstica, ela é encaminhada para outra vara. Além disso, às vezes, a mulher tem que entregar o filho para passar o fim de semana com o pai, mas ela tem uma medida protetiva. Isso é contraditório dentro da ideia de que a Justiça tem de dar uma resposta integral à mulher", refletiu, ao sugerir uma atuação mais integrada por parte da Justiça. 

Confira entrevista completa

 

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