Investigação

Polícia faz buscas na casa de enteado suspeito de assassinar PM

Conforme o Correio revelou em primeira mão, Bruno é um dos principais suspeitos de envolvimento na morte do pai de criação. Ele está sumido há mais de duas semanas

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) cumpre, no começo da tarde desta terça-feira (25/7), um mandado de busca e apreensão no endereço de Bruno Oliveira Ramos, enteado do policial militar Jacob Vieira da Silva, 62 anos, assassinado e encontrado dentro de um poço, na Cidade Ocidental (GO). Conforme o Correio revelou em primeira mão, Bruno é um dos principais suspeitos de envolvimento na morte do pai de criação. Ele está sumido desde há mais de duas semanas.

As buscas ocorreram na casa onde Bruno mora com a mulher e os dois filhos, no Setor de Mansões Suleste. A casa fica distante cerca de 4km de distância do local onde o corpo de Jacob foi encontrado, em uma chácara pertencente a Bruno e localizado no Parque Estrela Dalva 3, em GO. O Correio esteve na casa de Bruno na semana passada. Ao Correio, vizinhos relataram que ele não é visto na residência desde 9 de julho, um dia antes do desaparecimento do padrasto.

Darcianne Diogo/CB/D.A Press -
Material cedido ao Correio -
Arquivo pessoal -
Arquivo pessoal -
Material cedido ao Correio -

Além de Bruno, o sócio dele pode estar por trás do crime. A Polícia Civil, no entanto, não confirmou a identidade dos suspeitos e trabalha de forma cautelosa e sigilosa. Até o fechamento desta edição, ninguém havia sido preso.

Ligação

Bruno é filho da ex-mulher de Jacob e, por anos, auxiliou o padrasto nos negócios, principalmente nos assuntos relacionados a uma empresa de transporte escolar. O Correio apurou que Bruno articulou um plano de mobilidade que previa a concessão de 20 micro-ônibus para rodar na Cidade Ocidental. Para isso, Jacob teria emprestado a Bruno um valor de quase R$ 600 mil. Desse valor, Jacob transferiu ao menos R$ 300 mil ao enteado. Seria uma forma de encerrar a parceria com o pai e alavancar o próprio negócio.

No negócio com o padrasto, Bruno era braço-direito do PM e atuava como dono de ao menos um ônibus e uma linha. “Ele (Jacob) cedeu uma ou duas linhas ao Bruno. Por mês, ele tirava quase R$ 30 mil, por aí. Quem trabalha lá, geralmente fica com essa função de ser dono de uma, duas ou três linhas”, contou um familiar ao Correio, que preferiu não se identificar.

Nas Eleições de 2020, Bruno tentou uma vaga como vereador da Cidade Ocidental pelo partido Podemos, mas recebeu 225 votos e não conseguiu se eleger. Uma fonte ligada à Câmara Municipal informou ao Correio que Bruno buscava valores financeiros para participar das eleições do ano que vem, inclusive, se articula para assumir como vereador ainda neste mandato.

O caso

Jacob desapareceu em 10 de julho, quando saiu de casa, em Santa Maria, em um Ford Ka branco. Imagens das câmeras de segurança flagraram o motorista buscando o PM na porta, mas não foi possível identificar quem estaria na condução do automóvel.

No dia em que sumiu, Jacob tinha duas vistorias de ônibus escolares, em Planaltina de Goiás e na Cidade Ocidental, mas a vítima não apareceu em nenhum dos dois locais. Foram oito dias de buscas intensas por parte das polícias Civil e Militar, e do Corpo de Bombeiros. O corpo de Jacob foi encontrado em 18 de julho dentro de um poço, em uma chácara localizada no Parque Estrela Dalva 3, na Cidade Ocidental (GO).

A desconfiança da polícia de que Bruno teria envolvimento no crime partiu do momento em que os investigadores descobriram que o imóvel onde estava o cadáver pertencia a Bruno. No dia do resgate, o vigilante não estava no local e, depois, sumiu, contratou um advogado e não deu mais notícias.

Jacob morreu com um tiro na cabeça e após sofrer estrangulamento. Depois, teve o corpo envolvo em fita adesiva e foi preso a um concreto.

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