Ser integrante de um moto clube, de longe, é uma das maiores demonstrações de amor pelas motocicletas. Além de paixão, poder reencontrar os velhos amigos de estrada, compartilhando do mesmo gosto, sempre é diferente. É com esse sentimento que os filiados do moto clube Pregadores do Caminho se reuniram para mais uma edição do Capital Moto Week (CMW).
Natural do Rio de Janeiro, o moto clube é uma das figurinhas carimbadas do festival na capital federal desde a sua primeira edição, em 2005. Além dos integrantes cariocas, há membros de vários estados do país, inclusive de pessoas que vieram do extremo norte e sul do Brasil. O presidente do Pregadores do Caminho, Rogério Castro, de 49 anos, contou que existe uma estrutura imensa para receber os motociclistas espalhados pelos estados.
"Fazemos um trabalho junto ao evento e está há muitos anos nesse projeto. Recebemos aqui no nosso galpão a galera do país inteiro. Fizemos uma cozinha, criando um suporte para os motociclistas que vêm para cá. Sabemos que uma das grandes dificuldades das pessoas é a questão do custo, e acabam chegando aqui com novos gastos. Por isso, a gente fornece a hospedagem, quatro refeições por dia, e possibilita que as pessoas possam conhecer mais ainda o evento", explicou.
Rogério contou que, como o Capital Moto Week tornou-se o maior festivais de motos e de rock da América Latina, a capital federal virou point dos motociclistas de todos os cantos do mundo, inclusive, de amigos de estrada. "O ambiente é familiar. Temos a oportunidade de rever todos os colegas de outros estados, e até de fora do país, de outros clubes amigos. É um evento de dimensão internacional, com uma ótima estrutura. Acabou de iniciar e ficamos já tristes de saber que terá fim", completou.
Resgatar a história dos antigos guardas nacionais brasileiros é o legado que o moto clube Nacionaes leva para mais uma edição do Capital Moto Week. O presidente Cláudio Gutz, lembrou que os "irmãos caveira" se deslocam para a capital do rock, principalmente porque estar ao lado dos parceiros é sinônimo de aventura e liberdade. "Já tem alguns anos que fincamos raízes aqui, e infelizmente teve a janela da pandemia, que não nos permitiu estar mais vezes. É sempre um prazer retornar para cá, reunindo as famílias de vários cantos do nosso Brasil", contou.
"Além das nossas 19 regionais no país, nós temos um chapter na Itália, com membros da polícia italiana, além de embaixadas nos Estados Unidos e Chile. Eles acabaram não vindo para cá nesse ano, mas queriam muito estar com toda a família", completou Cláudio.
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Atrações
Pesquisa feita pela SPCA Escocesa e a Universidade de Glasgow aponta que cães aparentemente preferem ouvir reggae e rock ao invés de outros gêneros musicais. A pesquisa, de 2017, se confirmou ontem no CMW. Além das atrações musicais e os moto clubes e motos grupos, uma disputa para descobrir qual é o pet mais "roqueiro" do festival chamou a atenção do público do festival. Um dos vencedores foi o cão Kadu, de 19 anos, do contador Marco Pouchain, 62. O tutor do animal explicou que, em decorrência da idade, o pet ficou surdo e cego, mas não perdeu o espírito de roqueiro.
"Ficamos dois anos parados, e voltou com força total. O Kadu vem para o CWP desde 2006, e desde sempre esbanjando simpatia e beleza. Mesmo estando nessas condições, ele anda de moto e curte uma vida natural. É meu parceiro de toda viagem, e sem ele não teria motivo estar aqui no festival", contou. "O festival traz sempre o bom do rock. É o maior da América Latina, aqui no nosso quadradinho", vibrou.
O único pinscher que não é bravo está vivo e mora no DF, além de ser roqueiro. O Luk, de 5 anos, ao lado de sua tutora, a cabeleira Elô Diniz, 51, reforçaram a percepção que o festival traz uma variedade, como bons bares, restaurantes e bandas, além de atrações para a criançada — como o desfile de pets. "É maravilhoso, sem explicação. Estou vindo na minha sexta edição do festival, e sempre que pude, o Luk veio comigo. Ele chama muita atenção com esse look dele, faz muito sucesso entre as crianças e o público", brinca. "E é uma oportunidade de ter ele comigo. Eu amo rock, e amo esse festival. É o momento de aproveitarmos juntos, porque ele é meu parceiro para toda vida", completou.
O mecânico Danilo Kasinskil, 35 anos, decidiu acompanhar a amiga, a mecânica Aritieli Mathias, ao lado dos dois filhos dela — Laila e Lyan — em um rolê no CMW. Os amigos reiteraram que o festival é uma válvula de escape de todos os trabalhadores e motociclistas, podendo conhecer pessoas de vários lugares do país. "É um evento raiz, e essa fraternidade só corrobora para que esta seja a melhor edição de todas", reiterou Danilo. "É a primeira vez deles aqui. É bom demais estar com os dois aqui no festival", completou Aritieli.
Programação
Hoje (23/7)
- 17h15 - Marenna (RS)
- 19h - Azzarok
- 21h - Angra
- Quinta-feira (27/7)
- 20h - Nume Consense
- 21h45 - Ultrajantes
- 23h45 - Pato Fu
- Sexta-feira (28/7)
- 19h05 - Meu Funeral (RJ)
- 21h - Marimbondo
- 23h - Jota Quest
- Sábado (29/7)
- 20h - Quinta Essência (Especial Janis Joplin 80 anos)
- 21h45 - Rock Beats
- 23h45 - Pitty
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