ENTREVISTA | GILVAN MÁXIMO | DEPUTADO FEDERAL

'Policiais do DF pediam esse reajuste há anos', afirma deputado

Ao CB.Poder, parlamentar comemorou a autorização, pelo Congresso, da recomposição salarial das forças de segurança. Ele também discorreu sobre os próximos passos das articulações em defesa do FCDF

O relator do projeto de lei que permitiu reajuste salarial para as forças de segurança do Distrito Federal, deputado federal Gilvan Máximo (Republicanos-DF),  comemorou a aprovação da matéria pelo Congresso. Em entrevista à jornalista Denise Rothenburg para o programa CB.Poder — parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília — o parlamentar falou sobre o que representa essa conquista para a categoria e como poderá ser realizado o pagamento. Máximo também discorreu sobre os próximos passos das negociações em defesa do Fundo Constitucional do DF (FCDF) e uma possível participação do partido no time de ministros do governo federal.

Durante sessão recente do Congresso, parlamentares votaram questões relativas ao orçamento da União. Nessa votação, o dinheiro do aumento para as forças de segurança do DF foi assegurado. Quanto tempo levará para eles receberem o reajuste?
Aprovamos primeiro na comissão mista de orçamento, por onde passa o dinheiro do Brasil. De lá, a matéria seguiu para o plenário, durante sessão conjunta do Congresso, e também foi aprovada. Agora vai para o presidente Lula e ele a enviará de volta ao Congresso, na forma de medida provisória, para uma nova apreciação. Estamos em recesso, mas minha avaliação é de que dentro de uns 14 dias estará tudo aprovado.

Para quando os profissionais podem esperar esse pagamento?
Estamos vendo a possibilidade de fazer um pagamento retroativo. Mas foi um presente que recebi ser relator desse projeto, porque as forças policiais do Distrito Federal pedem esse aumento há anos. Tenho parentes meus e grandes amigos, tanto na Polícia Militar quanto na Polícia Civil, que falam sobre isso. Foi um trabalho árduo. Conseguimos retirar algumas emendas que foram colocadas no texto e preservar o projeto original, para evitar problemas e para que nós pudéssemos, também, manter a palavra com o governo federal. Nesse primeiro momento, serão liberados R$ 372 milhões e depois, quando tivermos os outros 9%, em janeiro, o valor deve fechar em R$ 650 milhões. Isso entrará como aumento, mas vai para o comércio também. As pessoas da área de segurança poderão gastar esse dinheiro, que acaba voltando. É um efeito cascata. Então fiquei muito feliz. Fui presenteado com essa relatoria, porque são profissionais guerreiros. As nossas polícias militar e civil, para mim, são as melhores do Brasil. Nosso corpo de bombeiros faz um trabalho excelente e nada melhor do que presenteá-los. 

Em agosto a Câmara dos Deputados vota o arcabouço fiscal. Lá está embutido o FCDF. O Senado retirou o fundo do projeto, mas o relator tenta colocá-lo de volta. É possível fechar um acordo para preservar a correção do fundo?
Sim. Fazendo o corpo-a-corpo na Câmara, conseguimos 160 votos. Ficaram faltando 70. No Senado, conseguimos vitória. Nós estaremos com a nossa tropa trabalhando pesado, com o governador Ibaneis Rocha (MDB-DF) , a vice Celina Leão (PP-DF) e toda a equipe. Com certeza, vamos reverter e conseguir manter o fundo constitucional.

Umas das ideias conversadas no corredores do Congresso é de um acordo que equilibre demandas do DF e do relator. Isso é possível? Como está essa conversa?
Conseguimos o FCDF depois de um trabalho do Paulo Octávio com o então presidente Fernando Henrique Cardoso, que deu esse presente para Brasília, na época em que Ramez Tebet — pai da ministra Simone Tebet —, era o presidente do Senado. Tentamos sensibilizar cada um dos parlamentares. Agora, quando se dá um presente, não se tem que ficar tentando pegar de volta, acho que é preciso esquecer a questão do fundo. Brasília é a cidade que recebe deputados e senadores. Também tem 180 embaixadas. Temos aqui uma área muito grande para cuidar e procuramos fazer isso da melhor maneira possível na segurança, na saúde e na educação. Falei para o relator, deputado Cláudio Cajado (PP-BA), que nós atendemos aqui milhares de pessoas da Bahia na área da saúde. Ele está muito convicto de que terá que tirar o fundo (do DF), mas nós vamos apelar para o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Temos que dialogar muito para não perdermos o fundo condicional. Se isso acontecer, será uma catástrofe para Brasília.

Há um aceno para que o Republicanos entre no governo do presidente Lula. Sabemos que isso está provocando muita polêmica no partido. O senhor acha que a legenda deve entrar no governo federal?
O nome cotado é o do deputado Silvio Costa Filho (Republicanos-PE), filho do ex-deputado Silvio Costa (Avante-PE), que é muito amigo do presidente Lula. O partido foi vice do Lula, com José Alencar, esteve com Dilma, com Bolsonaro. Se o Silvio Costa Filho for convidado para ser ministro, não vejo problema algum no fato dele assumir a pasta. É um sonho dele. Mas o presidente (do partido) Marcos Pereira, decide e sabe o que faz. Tenho certeza que ele vai fazer o que é melhor para o partido.

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