A 24ª edição da Parada do Orgulho LGBT+ de Brasília levou uma multidão ao gramado da Esplanada dos Ministérios, neste domingo (9/7). Com concentração a partir das 14h, o cortejo saiu da frente do Congresso Nacional às 16h e será finalizado na altura da Torre de TV, por volta das 22h.
A edição deste ano ficou marcada por falas políticas contra o pastor André Valadão, que teve diversos posicionamentos de teor homofóbico nos últimos meses; e por comemorações da decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que tornou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível por 8 anos.
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O deputado distrital Fábio Félix (PSol-DF) discursou em um trio elétrico antes do início da marcha, e destacou que a edição deste ano é de celebração pelas vitórias conquistadas. “No dia 30 de outubro de 2022, nós juntos do Brasil inteiro derrotamos Bolsonaro nas urnas. Nós dissemos não ao fascismo, ao ultraconservadorismo e a tentativa de morte e ódio contra os nossos corpos todos os dias”, disse.
“Essa é uma vitória da nossa identidade, do nosso beijo, do nosso amor, do nosso afeto. Então, essa parada de LGBT de 2023 é uma celebração pelas nossas vitórias, que são muitas”, completou.
Neste ano, o evento homenageou o ativista Alexandre Ribondi, que morreu no último dia 11 de junho. Jornalista e dramaturgo, ele foi um dos fundadores do grupo Beijo Livre, o primeiro coletivo LGBT do Distrito Federal.
O evento faz parte do festival LGBT Brasília Orgulho, que começou em 24 de junho e finaliza a edição deste ano com shows, balcão de empregos para a comunidade LGBT, oficinas de saúde e estandes para empreendedores.
A Parada do Orgulho LGBT marca o fim da programação do mês do orgulho na capital. Nascida em 1998, ela é a terceira parada do orgulho LGBT mais antiga do Brasil, além de ser a primeira parada zero carbono na América Latina.
Retorno de Jean Wyllys
O ex-deputado federal Jean Wyllys (PT) discursou na Parada LGBT+ de Brasília contra o avanço da extrema-direita no Brasil. Ele retornou ao país no final de junho, após ter aberto mão do mandato na Câmara dos Deputados e passado quatro anos no exterior devido às ameaças de morte que recebia.
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Vamos nos unir nesse grande coro contra a extrema-direita, contra aqueles que querem a pobreza, que querem a desigualdade, aqueles que querem que voltemos pros armários. Não vamos voltar! Vamos amar”, disse Jean, que puxou um coro de “inelegível”, em referência a Bolsonaro, condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O ex-deputado também puxou uma vaia ao Pastor André Valadão — que nos últimos meses fez diversos ataques à comunidade, incluindo incitar a morte de pessoas LGBT+ — e disse que a Parada do Orgulho mostra que Brasília “não é uma cidade conservadora”.