O Julho das Pretas que Escrevem no DF ocorrerá, no sábado (8/7), com exposição e venda de livros, além de muita roda de conversa e homenagens. O encontro vai ocorrer entre 16h e 19h, no Espaço Literário, no anexo do Museu da República.
O encontro também se insere nas comemorações e reflexões do 25 de julho, Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. Segundo a organização do evento, o objetivo é reunir e mapear o máximo de mulheres negras que escrevem na capital federal, para que elas possam se conhecer melhor e trocar ideias sobre obras.
É uma maneira de fortalecer as práticas coletivas de reconhecimento dos trabalhos de cada uma — podendo participar pessoas que se identificam como mulheres negras, e que usam a palavra, escrita ou fala, como expressão artística.
“Conseguir a parceria do Latinidades e de sua criadora, Jaqueline Fernandes, poder estar naquele espaço como um evento abrigado no maior festival de mulheres negras da América Latina, representa um abraço para as escritoras pretas do DF e a demonstração de confiança em suas vozes, potências, literaturas e palavras”, diz Waleska Barbosa, idealizadora do encontro.
No encontro, além da apresentação de cada participante, está previsto ocorrer performances artísticas, sarau, exposição e venda das obras delas. Para este ano, Verenilde Pereira, Meimei Bastos e Sarah Benedita, foram as escolhidas, pela trajetória de vida e de carreira, além de representarem gerações e estilos diferentes.
Julho das Pretas
O evento foi criado em 2021, e reuniu cerca de 60 autoras. Entre as homenageadas, está a subeditora de Opinião do Correio Braziliense, Rosane Garcia. Além dela, já foram homenageadas Lydia Garcia, Jacira Silva, Tatiana Nascimento, Nanda Fer Pimenta e Cristiane Sobral. Nesse ano, o encontro foi realizado na Banca da Conceição, da jornalista e escritora preta Conceição Freitas.
Para a Verenilde, ser homenageada é uma maneira de reverenciar a literatura. “Essa escrita que recolhe os murmúrios, os gritos, as inumeráveis sinfonias do mundo para inseri-los em indivíduos/personagens e assim construir esse gênero que além do valor artístico/estético é um instrumento político”, afirmou.
Já Meimei Bastos confidenciou estar bastante grata pelo reconhecimento, e que não vê a hora do encontro acontecer. “A gente não consegue racionalizar, só sente, sente muita alegria e gratidão”, contou. “Fico lisonjeada pois a arte que faço é o que vejo e sinto, esperando que toque e faça a diferença em algum lugar e momento. A minha poesia é minha forma de luta”, completou Sarah Benedita.