A diretoria do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) emitiu uma nota lamentando e repudiando a morte da enfermeira Patrícia Pereira de Sousa, 41 anos, que foi assassinada pelo marido, Bruno Gomes Mares, na noite dessa sexta-feira (30/6), na Quadra 3 do Setor Leste do Gama. Esse foi o vigésimo caso de feminicídio este ano no Distrito Federal.
O texto classifica o crime como uma “barbaridade”, lembra que Patrícia era colaboradora do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) e afirma que a enfermeira teve uma trajetória profissional exemplar. “É um momento de luto e revolta para todos os colegas, amigos e pacientes da enfermeira lotada no Pronto-Socorro do HBDF, onde Patrícia atuou tantas vezes para salvar vidas”, destaca a nota.
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“Ela era uma pessoa admirável, de sorriso largo, e comprometida com a missão de fazer o melhor em seus atendimentos. Deixará, com certeza, um vazio no coração de quem teve o prazer de desfrutar de sua convivência”, lamenta a diretoria do Iges-DF.
O instituto também diz prestar solidariedade à família de Patrícia e está à disposição para dar apoio psicológico. “Que Deus conforte seus amigos e familiares e, principalmente, os filhos que vivenciaram esse ato de brutalidade. E que a justiça seja feita. Estamos todos consternados e inconformados contra um tipo de violência cuja prevenção e reparação exige o engajamento de todos os poderes públicos e de toda a sociedade”, encerra a nota.
O crime
Patrícia Pereira foi morta pelo marido por volta das 19h, na presença do filho do casal, um menino de 14 anos, e de uma jovem de 22, fruto de um relacionamento anterior da vítima. O adolescente e o jovem correram para a rua pedindo ajuda e se abrigaram na casa da vizinha ao lado.
O barulho do único disparo foi ouvido por vizinhos. Segundo o Corpo de Bombeiros, a vítima foi alvejada na região do pescoço, além de ter perdido muito sangue. De acordo com a filha da vítima, Chaiane Pereira, Bruno sempre teve um perfil autoritário e um ciúme doentio.
“Eram só brigas, traições. Eu nunca fui a favor da relação, porque ele sempre bateu na minha mãe e usava o meu irmão como uma proteção. Eu cheguei do estágio, a gente brincou, riu. Quando ele chegou, o clima ficou tenso e ele começou a discutir com a minha mãe. E matou”, disse a filha, ao Correio. Até a publicação reportagem, o suspeito estava foragido.