Os advogados de Raimundo Francisco da Silva, 52 anos, condutor de um Gol que caiu na Lagoa do Japonês e causou a morte por afogamento de três crianças, divulgaram uma nota, nesta segunda-feira (31/7), em defesa do acusado. No texto, Júnio Oliveira e Marcos Roque garantem que "não houve intenção", por parte do acusado, "em produzir o infeliz resultado".
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Inicialmente, a defesa lamenta a fatalidade e se solidariza com os familiares das crianças. "Prestamos solidariedade à família enlutada e nos colocamos inteiramente à disposição dos parentes das vítimas. Indubitavelmente trata-se de uma grande tragédia. O nosso cliente encontra-se emocionalmente abalado com o ocorrido", diz um trecho do comunicado.
Em seguida, os advogados deixam sete considerações sobre o caso. Confira a seguir.
- Trata-se de um trágico acidente, no qual não houve intenção do Sr. Raimundo em produzir o infeliz resultado;
- Nos autos do processo ainda não existe qualquer evidência que o nosso cliente acelerou o veículo em direção ao lago;
- O Sr. Raimundo prestou socorro às vítimas, logo após ao trágico acontecimento;
- Após os fatos o Sr. Raimundo Francisco foi até a sua residência trocar de roupas para se apresentar a Polícia Civil e, em momento algum, se opôs à devida persecução penal, pois já estava em contato com seus advogados;
- Na audiência de custódia, realizada na manhã de domingo (30/07), a juíza converteu sua prisão em flagrante para preventiva, fundamentando a sua decisão pela gravidade em abstrato e na comoção social dos fatos;
- Esta defesa recebeu a decisão da magistrada (que converteu a prisão em flagrante em provisória) com serenidade. Contudo, afirma que buscará os meios legais para demonstrar a verdade real dos fatos e buscar as garantias fundamentais do investigado, bem como fazer com que a lei penal seja respeitada, pois o Sr. Raimundo possui emprego lícito, residência fixa e bons antecedentes, esses e demais pontos aventados serão debatidos no curso do devido processo legal.
- No mais, a defesa, bem como o Sr. Raimundo, estão inteiramente a disposição do Poder Judiciário, bem como da sociedade brasiliense, a fim de esclarecer que houve uma fatalidade na tarde de 29 de julho deste ano.
A reportagem apurou que as três crianças vítimas de afogamento foram enterradas na manhã desta segunda-feira (31/7), no Cemitério de Cristalina-GO, onde a família mora. As vítimas são os irmãos Miguel Luis Barbosa Maciel, de 4 anos, Henrique Gabriel Barbosa Maciel, 3, e Sarah Vitoria Barbosa, de 1 ano.
Motorista bêbado
Durante a tragédia, Raimundo estava bêbado. De acordo com a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), ele fez o teste de etilômetro, fornecido pela Polícia Militar (PMDF), o qual apontou o resultado de 0,63 mg/L. O motorista, de 52 anos, foi preso após o ocorrido e conduzido para a carceragem da PCDF, onde permanece à disposição da Justiça.
Ainda segundo a Polícia Civil, a ocorrência foi registrada como embriaguez ao volante, homicídio doloso na direção de veículo automotor e evasão do local de acidente de trânsito. O caso é investigado pela 30ª Delegacia de Polícia (São Sebastião).
Entenda o caso
A tragédia ocorreu na tarde desse sábado (29/7). Três crianças estavam a passeio com a mãe, a avó e um outro adulto, mas, no momento em que iam embora, o carro caiu na água com todos dentro. Dois meninos, de 4 e 3 anos, e uma menina, de 1 ano, morreram afogados ao não conseguirem sair do veículo a tempo.
O condutor, que teria feito a manobra que provocou o acidente, fugiu do local na hora. Mas foi localizado pela PM de Goiás e levado no início da noite para a delegacia de São Sebastião.
Segundo a avó dos menores, Maria Adva Antônio de Jesus, de 56 anos, por volta das 15h, ela foi à Lagoa do Japonês com a filha, os três netos e um amigo da família, que estava dirigindo o carro. Depois de alguns minutos no local, na hora de ir embora, o motorista teria errado a marcha do veículo, que caiu.
Segundo ela, o motorista teria ingerido bebida alcoólica. A mãe das crianças mora em São Sebastião. Mas avó e o amigo em Cristalina, Goiás. "Foi uma tragédia. Ele não faria por querer. Não estou com raiva, mas com certeza ele terá de responder à Justiça", disse Maria Adva.
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