Sequestro no DF

Dois sequestradores que mantinham comerciante em cativeiro estão foragidos

A vítima, 62 anos, foi espancada e ficou com olhos vendados e pés e mãos amarrados. Outros três envolvidos no crime foram presos na tarde desta quinta-feira (27/7)

Júlia Eleutério
postado em 28/07/2023 14:38 / atualizado em 28/07/2023 15:06
Comerciante de 62 anos é mantido em cárcere por quatro dias. Três criminosos foram presos e outros dois seguem foragidos -  (crédito: Material cedido ao Correio)
Comerciante de 62 anos é mantido em cárcere por quatro dias. Três criminosos foram presos e outros dois seguem foragidos - (crédito: Material cedido ao Correio)

Dois sequestradores do comerciante de compra e venda de veículos de leilão seguem foragidos. Na tarde desta quinta-feira (27/7), outros três envolvidos no crime foram presos e a vítima, 62 anos, foi liberatada. O idoso foi mantido em cárcere por quatro dias, sendo espancado diariamente, além de ficar com as mãos e pés amarrados e olhos vendados. Os criminosos tentaram extorquir dinheiro da vítima e mandavam imagens para os familiares pedindo resgate.

Segundo o diretor da Divisão de Repressão a Sequestros, da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri), Leandro Ritt, os indivíduos que estão foragidos eram responsáveis por vigiar o cativeiro. O local exato para onde o comerciante foi levado no sequestro não foi identificado ainda pela Polícia Civil do DF.

A polícia chegou até os criminosos após a família denunciar o caso na quarta-feira (26/7) e o carro usado pelos sequestrados ser rastreado. Dois envolvidos no crime haviam levado o comerciante para efetuar transferências em um banco na Ceilândia e retornavam para Unaí, quando foram surpreendidos pelos policiais na região do Café sem Troco.

O terceiro preso foi identificado após a polícia analisar os extratos de transferência feitos pelo idoso. O repasse dos valores foram feitos para a conta do criminoso, que foi encontrado em casa, na região de Samambaia.

Os três sequestrados presos já foram interrogados e devem passar por audiência de custódia nesta sexta-feira (28/7). Os criminosos vão responder pelos crimes de extorsão mediante sequestro e com restrição à liberdade da vítima. Além disso, dois deles tinham passagens por roubo e o terceiro tinha antecedentes por estelionato.

O sequestro

Na tarde de segunda-feira (24/7), o comerciante e morador de Samambaia foi atraído para uma emboscada no Guará 2 por um indivíduo com quem ele mantinha negócios de compra e venda de veículos. No local, o idoso foi abordado por outros quatro criminosos que estavam em um carro branco e levado para um cativeiro em local ainda desconhecido pela polícia.

No cativeiro, a vítima permaneceu com os olhos vendados e sendo constantemente espancada com o intuito de forçá-la a pedir para a família o pagamento do resgate. O contato só foi feito na terça-feira (25/7). "Ocorre que o dinheiro todo, uma grande quantia, estava depositado na própria conta da vítima e a família ficou impossibilitada de efetuar o pagamento do resgate", explica o diretor da Divisão de Repressão a Sequestros.

Com essa impossibilidade de transferência, nos dias que se seguiram, os autores utilizaram o cartão da vítima para efetuar compras e transferências bancárias, continuando com as agressões. A família informou o sequestro para a polícia na quarta-feira (26/7). Até que na manhã desta quinta-feira (27/7), os sequestradores fizeram um acordo com o comerciante, que se dispôs a ir a uma agência bancária em Ceilândia acompanhado de dois autores para efetuar a transferência de uma grande soma de dinheiro.

Após a operação bancária, dois sequestradores, sendo um deles o que atraiu o para a emboscada, e a vítima foram em direção a Unaí com o objetivo de continuar com o idoso em cativeiro e para procurar atendimento médico para o comerciante devido às lesões sofridas pelos espancamentos.

Em depoimento, os criminosos alegaram que a vítima foi levada ao cativeiro porque havia um desacerto entre ela e algumas pessoas que negociam veículos. "Era um valor pequeno que diziam que ele devia mas, ao chegar no cativeiro, os sequestradores tiveram acesso ao aplicativo bancário do comerciante e viram que ele tinha depositado em conta uma quantia cerca de dez vezes maior do que seria a dita dívida", comenta o diretor da Divisão.

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