Homicídio

Mestre de obras jogado em cisterna ficou vivo por 14 dias antes de morrer

Segundo as investigações, o homicídio foi planejado por um traficante da região em decorrência de uma dívida de R$ 600. A família negou que a vítima fosse usuária de drogas. Ele deixa a esposa e sete filhos

Darcianne Diogo 
postado em 27/07/2023 19:52 / atualizado em 27/07/2023 21:43
Roberto Caetano de Souza foi assassinado por cinco traficantes e, depois, jogado em um poço. -  (crédito: Arquivo pessoal)
Roberto Caetano de Souza foi assassinado por cinco traficantes e, depois, jogado em um poço. - (crédito: Arquivo pessoal)

Roberto Caetano de Souza, o mestre de obras encontrado dentro de uma cisterna no Parque Estrela Dalva X, no Jardim Ingá, em Luziânia, ficou vivo por pelo menos 14 dias antes de morrer, segundo apontou o laudo da Polícia Técnico-científica de Goiás. Souza foi asfixiado por cinco traficantes e, depois, jogado dentro de um poço próximo à casa dos criminosos. Os assassinos, no entanto, não sabiam que a vítima havia sobrevivido. Roberto morreu por desnutrição 24 horas antes de ser localizado pelos bombeiros. Três pessoas foram presas pela Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO) e duas seguem foragidas.

Roberto Souza desapareceu na tarde de 11 de julho. Ao Correio, o PM Ailton Caetano, um dos irmãos da vítima, contou que o pedreiro estava em casa, quando resolveu sair. Por 15 dias, familiares e amigos montaram uma força-tarefa de buscas pelo homem. “Não paramos um minuto. Íamos a todos os possíveis lugares que ele estivesse na esperança de encontrá-lo”, afirmou.

  • Roberto foi velado na tarde desta quinta Darcianne Diogo/CB/D.A Press
  • Os três presos foram indiciados por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e corrupção de menores. Divulgação/PCGO
  • Roberto morreu entre 12 a 24 horas antes de ser localizado sem vida. Divulgação/PCGO
  • Roberto Caetano de Souza foi assassinado por cinco traficantes e, depois, jogado em um poço. Arquivo pessoal

Na tarde dessa quarta-feira (26/7), após uma intensa apuração conduzida pelo Grupo de Investigação de Homicídios de Luziânia da Polícia Civil do Estado de Goiás (GIH/PCGO), policiais civis e bombeiros localizaram o corpo de Roberto dentro da cisterna em uma área isolada. O laudo apontou que Roberto foi asfixiado, mas permaneceu vivo por 14 dias. Ele faleceu por desnutrição.

Motivação


O delegado Fellipe Guerrieri Barbosa, que conduz as investigações, afirmou à reportagem que a motivação do homicídio está ligada a uma dívida de drogas no valor de R$ 600. “Ao que tudo indica, a vítima tinha relacionamento próximo com uma usuária, que também foi presa. E, pelas investigações, descobrimos que o mandante do assassinato seria um traficante”, detalhou.

A família não acredita que Roberto era usuário de drogas. Segundo o irmão, o mestre de obras havia recebido uma quantia por um serviço prestado em uma universidade. “Montaram uma casinha para ele. Fizeram uma emboscada para roubar”, disse.

A polícia segue no encalço de outras duas pessoas envolvidas no crime. Roberto foi velado na tarde desta quinta-feira (27/7), no Cemitério de Luziândia. Ele deixa a mulher e sete filhos.

 

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