Leitura, arte e inclusão: cultura para um mundo melhor é o título de um projeto que tem percorrido as bibliotecas públicas do Distrito Federal levando cultura protagonizada por pessoas com deficiência (PCDs). A iniciativa já passou pela Biblioteca Pública de Ceilândia e pela Biblioteca Braille Dorina Nowill, em Taguatinga. A próxima parada será a de Sobradinho, nos dias 10 e 24 de agosto.
Com foco em crianças de 8 a 11 anos, o Leitura, arte e inclusão proporciona leituras, contação de histórias, exposições, dança e apresentação de vídeos para a meninada, sempre com a temática voltada para as PCDs.
“Essa faixa etária é uma fase muito importante para o estímulo à arte, à cultura e a desconstrução de preconceitos”, aponta Carmen Ganzelevitch Gramacho, proponente do projeto apoiado pelo Fundo de Apoio à Cultura (FAC), da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF (Secec).
“O retorno que temos das crianças é incrível. Eles são participativos, gostam de perguntar sobre o que estão vendo e isso é muito gratificante”, orgulha-se a proponente.
De acordo com Carmen, a proposta nasceu de um trabalho anterior realizado por ela junto a grupo de voluntários, no qual foram montadas bibliotecas em escolas públicas, presídios e unidades de internação socioeducativas do DF. "As ações culminaram em um livro editado em 2019, também apoiado pelo FAC, contando as histórias das vidas transformadas pelos espaços culturais montados pelo grupo", ressalta.
A ideia do projeto atual, que deve seguir até outubro deste ano, veio ainda em 2019, mas a sua execução foi interrompida pela pandemia e liberada apenas em dezembro do ano passado.
A inspiração para a iniciativa vem, conforme conta a proponente, vem de outras gerações da família Gramacho, que é oriunda da Espanha. O avô dela, que morreu na Guerra Civil Espanhola, em 1936, participou de um programa chamado Missões Pedagógicas e consistia numa caravana que levava livros, teatro, cinema e outras formas de cultura para as populações rurais daquele país europeu. “Os meus projetos se identificam um pouco com essa história”, ressalta ela.
Bibliotecas
A coordenadora do sistema de bibliotecas públicas do DF, Marmenha Rosário, também enfatiza a importância do projeto. “Trata-se de uma ação que tem levado a inclusão por meio da arte para as bibliotecas e que põe a pessoa com deficiência ativamente no processo artístico. Consiste num olhar sensível que tem emocionado por onde passa”, diz.
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