Preso por suspeita de envolvimento na morte do policial militar aposentado Jacob Vieira, 62 anos, Bruno Oliveira Ramos, 38, filho da ex-mulher da vítima, tinha interesse em assumir os negócios do PM. Jacob e Bruno eram sócios de uma empresa de transporte escolar e mantinham uma relação de amizade e confiança. Essa seria uma das motivações para a execução do crime, segundo as investigações da Polícia Civil (PCDF).
A polícia acredita que o crime tenha sido premeditado de forma minuciosa por Bruno e o sócio dele, Mateus Nascimento, 26. Há cerca de três meses, Bruno apresentou Mateus a Jacob, de acordo com a apuração policial. A ideia era de que a vítima e Mateus ficassem amigos, a ponto de Jacob transferir uma quantia de R$ 600 mil para a conta de Mateus. O depósito foi constatado pela polícia e as circunstâncias são investigadas.
Além dos R$ 600 mil, Bruno alegou, na delegacia, que Jacob emprestou mais R$ 150 mil para ele e Mateus. Em depoimento informal prestado na Delegacia da Cidade Ocidental, Mateus contou que encontrou o PM em 10 de julho — mesma data em que Jacob desapareceu —, na BR-040, para entregar a ele uma quantia de R$ 15 mil referente aos juros do suposto empréstimo de R$ 150 mil.
Mateus é considerado foragido da Justiça. Ele tem passagens por estelionato, dano e desacato. Agora, deve responder por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. A PCDF pede para que, quem souber qualquer informação sobre o foragido, ligue para o número 197, da Polícia Civil.
Dinâmica
Jacob desapareceu na tarde de 10 de julho, ao sair de casa, em Santa Maria. No dia do sumiço, o PM foi buscado na residência por um Ford Ka. O motorista não foi identificado.
O cadáver de Jacob foi encontrado na manhã de 18 de julho dentro de uma cisterna, na chácara pertencente a Bruno, no Parque Estrela Dalva, na Cidade Ocidental. A forma como o corpo do PM foi localizado reforça a hipótese de que o homicídio tenha sido premeditado. "O ato de execução inicial foi praticado em Santa Maria. A partir daí, as investigações seguem para saber o que aconteceu. No local da chácara não há elementos de provas que o assassinato tenha ocorrido ali. Temos a desconfiança de que ali foi apenas para a desova", disse o delegado Renato Martins, adjunto da 33ª DP.
O corpo estava envolto em fitas adesivas e preso a pedras de concreto. O laudo do Instituto de Medicina Legal (IML) apontou que Jacob levou dois tiros na cabeça e sofreu esganadura.
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