Familiares, amigos e pessoas próximas de Jacob Vieira da Silva, 62 anos, tentam entender o que levou os assassinos a tirarem a vida do policial militar aposentado de maneira tão fria e cruel. Um dos suspeitos, conforme o Correio revelou em primeira mão, é Bruno Oliveira Ramos, filho de criação do servidor público. A suposta participação do vigilante causa um "nó" na cabeça de quem conhecia de perto a vítima e o autor. Ontem, policiais civis da 33ª Delegacia de Polícia (Santa Maria) cumpriram um mandado de busca e apreensão na casa de Bruno, no Setor de Mansões Suleste, na Cidade Ocidental (GO). Hoje, uma coletiva de imprensa será promovida na delegacia para apresentar mais informações sobre o caso.
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Além de Bruno, que segundo policiais atua como agiota, a participação do sócio dele, Mateus da Silva Nascimento, é investigada. Mateus é proprietário de um Ford Ka branco, o mesmo utilizado para buscar Jacob em casa, na tarde de 10 de julho. Por mensagens trocadas com a equipe de reportagem do Correio, Mateus se declarou inocente, mas ele não compareceu à delegacia para prestar depoimento. "Não fui intimado", respondeu. No entanto, em um boletim de ocorrência registrado na delegacia da Cidade Ocidental ainda no período de buscas pelo aposentado, Mateus é citado como a última pessoa a estar com Jacob.
Ontem, a reportagem esteve em um condomínio localizado no Friburgo (GO) e conversou com pessoas conhecidas de Mateus. Temerosos, moradores relataram que o rapaz costuma andar armado perto das casas. "Ele se mostrava com a arma aqui para cima e para baixo, até na frente de crianças. Era uma forma de intimidação", relatou uma mulher que preferiu não revelar a identidade.
O Correio também conversou com o advogado de Mateus, Lyndon Johnson. Ele garantiu que o cliente é inocente, mas disse que tomará conhecimento acerca do inquérito na manhã de hoje.
Suspeita
Bruno seria uma das últimas pessoas cogitadas pelos familiares que pudesse estar envolvida no desaparecimento de Jacob. Antes do desaparecimento do PM, em 10 de julho, Bruno deu uma festa na chácara onde posteriormente o corpo de Jacob seria encontrado, no Parque Estrela Dalva.
A festa ocorreu de 8 a 9 de julho. Depois disso, Bruno não foi mais visto em casa, no Suleste, segundo relataram vizinhos. "A gente tenta se perguntar como uma pessoa que, aparentemente, conseguia dinheiro nas costas do senhor Jacob, seria capaz de matá-lo. Para ganhar o que em troca? Herança? Tem que ser muito burro para fazer esse tipo de coisa", disse um morador.
O vizinho disse ainda que Bruno mora na casa há cerca de cinco anos e, na comunidade, era visto como uma pessoa humilde e solidária. "Como desconfiar de uma pessoa que dava cestas básicas a todos aqui? Conheço o Bruno desde os três anos. Uma pessoa que já passou por poucas e boas, mas que é difícil acreditar que tenha feito isso, embora as evidências apontem para ele."
Policiais civis estiveram na residência de Bruno e cumpriram o mandado de busca. Na casa, apreenderam eletrônicos. O Correio apurou que a operação policial foi acompanhada pela mulher do enteado de Jacob. O vigilante, que já tentou uma vaga como vereador da Cidade Ocidental, prestou depoimento à polícia logo no começo das investigações e alegou inocência. Depois disso, desapareceu.
A motivação do homicídio também é um mistério a ser elucidado pela polícia. A suspeita, segundo fontes ouvidas pela reportagem, é uma quantia de quase R$ 1 milhão emprestada por Jacob a Bruno.
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