Crime

Sogro de Ibaneis registra boletim de ocorrência após golpe do WhatsApp

Pai da primeira-dama do DF registrou ocorrência na manhã desta segunda-feira (24/7), após um golpista se passar pela filha dele para pedir dinheiro. O prejuízo foi de R$ 1,8 mil

Pablo Giovanni
postado em 24/07/2023 15:04
Ibaneis:
Ibaneis: "Deveria conhecer as pessoas humildes que vivem aqui" - (crédito: Renato Alves/ Agência Brasília)

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) vai investigar o caso em que o sogro do governador Ibaneis Rocha (MDB) foi vítima do golpe do Pix. O pai da primeira-dama Mayara Noronha registrou boletim de ocorrência na manhã desta segunda-feira (24/7).

O caso é investigado como estelionato. Conforme o Correio revelou, o homem que recebeu o valor de R$ 1,8 mil após se passar pela primeira-dama é Gabriel Henrique Medrado Gomes. O homem é apontado pela Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO) como mentor de um assassinato de um mototaxista, em Aparecida de Goiânia, em novembro de 2019.

O sogro do governador, Mário Candeira, relatou que recebeu mensagens de um número do WhatsApp, de uma pessoa que seria Mayara. O pai da primeira-dama teria telefonado para a filha, que não recebeu as ligações porque estava dentro de um voo, vindo para Brasília — após deixar Barcelona, ao lado dos filhos e de Ibaneis.

Na troca de mensagens, o número começa dizendo para que o pai de Mayara “armazena(r) meu número novo, esse ficará pessoal e outro para trabalho”. Como Mário não respondeu à primeira ofensiva, o golpista tentou novamente no outro dia. “Pai, tá ocupado? (...) Veja se consegue me fazer um favor… Tenho que realizar um pagamento agora, mas meu aplicativo está fora do ar. Queria ver se consegue realizar o pagamento. Assim que meu aplicativo voltar, devolvo”, escreveu o golpista para a vítima.

“Assim que fizer, me envia o comprovante tá bom. (O) Pix da moça é CPF. Avisei que já vai realizar o pagamento. Me envia o comprovante. Tenho que encaminhar pro rapaz”, completou a pessoa que aplicou o golpe. Após o repasse da quantia de R$ 1,8 mil, o golpista bloqueou o número do pai de Mayara. Nos dados repassados, o CPF é de Gabriel.

O caso ocorreu enquanto Ibaneis, Mayara e os filhos aproveitavam férias na Europa. O governador retornou oficialmente ao cargo na última sexta-feira (21/7).

Perfil do criminoso

Gabriel é conhecido da polícia e da Justiça. Em 1° de novembro de 2019, ele foi mentor de um assassinato de um mototaxista, em Aparecida de Goiânia. Conforme consta no boletim de ocorrência, Gabriel e um comparsa, identificado como Wadson Almeida, o “Pitoco”, estavam em uma bicicleta, e abordaram um mototaxista e o garupa, com uma arma de fogo, e teriam exigido que a vítima desligasse a moto e entregasse a chave.

A vítima, identificada como Virgílio de Souza Lima, entrou em luta corporal com Gabriel. Pitoco, então, disparou contra a vítima, na região da cabeça, e o homem morreu no local. Após o crime, ambos fugiram, levando apenas o aparelho celular da vítima. O inquérito policial, inicialmente, foi fechado, indiciando apenas Gabriel por latrocínio. O motivo teria sido o fato de a única testemunha, o garupa, teria identificado apenas o homem que teria efetuado o golpe do Pix no sogro de Ibaneis.

À polícia, a filha de Virgílio afirmou que o pai teria saído de casa naquele dia para adquirir uma moto, e que Gabriel foi quem induziu a vítima a crer que estaria se dirigindo ao local para comprar o veículo. Gabriel, posteriormente ao fechamento do inquérito, foi ouvido e disse que quem matou foi Pitoco. Mesmo assim, ambos foram indiciados por latrocínio.

Ambos não foram condenados e respondem o caso em liberdade. O Correio não conseguiu localizar Gabriel, tampouco a defesa do acusado.

Como evitar o golpe pelo WhatsApp

O objetivo do golpe é sempre a transferência eletrônica, pagamento de boletos ou obtenção de informações sigilosas. Os tipos de abordagens dos golpistas são diversos, como clonagem total do telefone da vítima, com habilitação da linha em outro chip; transferência e clonagem do WhatsApp por meio de repasse do código de transferência do aplicativo; utilização de foto e nome da vítima, porém em linha telefônica diferente da original.

Para evitar, é necessário ativar a verificação em duas etapas; desconfiar de conversas feitas por números não salvos em sua agenda; não passar dados sigilosos por meio de conversa no WhatsApp. Caso precise fazer uma transferência, confirmar com o destinatário os dados por meio de outra plataforma, sem ser o WhatsApp, e checar as informações bancárias repassadas. A autoridade policial sugere que sempre há a possibilidade de aguardar um pouco, antes de fazer qualquer movimentação bancária.

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