Crime

Clima de emoção marca enterro de PM aposentado que foi assassinado

Jacob Vieira da Silva desapareceu no último dia 10, ao entrar em um Ford Ka, na frente de casa, depois de receber telefonema misterioso. O corpo dele foi achado na cisterna de uma chácara na Cidade Ocidental (GO)

Darcianne Diogo
Pedro Marra
postado em 21/07/2023 06:00 / atualizado em 21/07/2023 06:00
Corpo foi achado dentro de uma cisterna. Polícia investiga o caso -  (crédito: Acervo Pessoal/Familiares)
Corpo foi achado dentro de uma cisterna. Polícia investiga o caso - (crédito: Acervo Pessoal/Familiares)

Com familiares, amigos e colegas em volta do caixão, foi sepultado ontem, sob forte emoção, o policial militar aposentado Jacob Vieira da Silva, 62 anos, no Cemitério Jardim Metropolitano, em Valparaíso de Goiás, no Entorno do Distrito Federal. Ele foi encontrado morto numa cisterna, em uma chácara localizada no Parque Estrela Dalva 3, na Cidade Ocidental (GO). O laudo do Instituto de Medicina Legal (IML) do DF revelou que o PM sofreu traumatismo craniano encefálico e foi vítima de um instrumento pérfuro-contundente, além de estrangulamento.

Muito querido por moradores do Entorno do DF, Jacob deixará, segundo os que estiveram presentes na cerimônia, um legado de humildade e cumplicidade, como relata a filha única do servidor, Catiane Silva, 32. "Meu pai era uma pessoa bondosa. Quem o conhecia se encantava por ele", lamenta. O corpo de Jacob foi encontrado oito dias depois de uma intensa busca por parte da polícia e da família.

O PM desapareceu na tarde de 10 de julho, ao entrar em um Ford Ka branco. Ele estava em casa, em Santa Maria, quando recebeu uma ligação misteriosa, de acordo com o relato da esposa. Em seguida, pegou a arma, colocou na cintura e saiu da residência.

Imagens de câmeras de segurança colhidas pelos investigadores da 33ª Delegacia de Polícia (de Santa Maria) mostraram Jacob entrando no carro. A placa do veículo teria sido clonada, de acordo com a apuração policial.

Investigação

O corpo do aposentado foi encontrado na tarde da última terça-feira, após a polícia receber denúncia anônima informando que o cadáver estaria dentro de uma cisterna localizada na chácara que pertence a um filho da sua ex-mulher.

Na terça-feira, cães farejadores do Corpo de Bombeiros Militar de Goiás (CBMGO) apontaram indícios da presença de cadáver na cisterna. Depois de um trabalho de mais de duas horas, as equipes encontraram o corpo envolto com fita durex e preso a um pedaço de concreto. O laudo do IML apontou a forma violenta como Jacob apresentava ferimentos.

A investigação corre de maneira cautelosa na Polícia Civil e ninguém foi preso. Jacob era um dos sócios da Cooperativa de Transportes de Cidade Ocidental (Cooptrocid-GO) e, no dia em que desapareceu, teria duas vistorias agendadas em Planaltina de Goiás. No entanto, os carros teriam sido levados para a Cidade Ocidental. Segundo familiares, as vistorias foram uma armadilha para atrair o PM.

A filha Catiane relembra que, dias antes de sumir, notou o pai nervoso, com ar de preocupado, algo que não era comum. "Ele estava estressado nos últimos dias. Percebi isso pelo tom de voz dele e tem a questão da quantia que ele emprestou para uma pessoa. Não sabemos a troco de que, nem por qual motivo. Mas ele não era agiota", afirma.

O dinheiro citado pela filha de Jacob é de quase R$ 1 milhão. Conforme o Correio apurou, o servidor emprestou o montante para um homem que conheceu há cerca de três meses. A polícia investiga a ligação entre o empréstimo do dinheiro e o assassinato.

 


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