A defensora pública e chefe do Núcleo de Promoção e Defesa dos Direitos das Mulheres, Antônia Carneiro destaca a necessidade de políticas públicas preventivas para o enfrentamento ao feminicidio. A posição de Antônia foi expressada momentos antes do início do Correio Debate, que está sendo realizado na tarde desta quinta-feira (20/3), no auditório do jornal, e tem como tema “Combate ao feminicídio: responsabilidade de todos”.
- Onda de feminicídios é tema de debate com autoridades e especialistas
- Feminicídios: autonomia financeira é o caminho para salvar vidas da mulher
- Um verdadeiro massacre contra as mulheres do DF
Participante do primeiro painel, que aborda o tema “Punição mais severa é o caminho”, a defensora pública diz ser essencial o debate sobre o feminicidio entre autoridades públicas. "É preciso pensar não só, o que fazer com essas famílias após a prática do crime, mas também em prevenir esses crimes. Para que isso (feminicidio) não atinja as famílias e a sociedade como um todo", frisa.
A chefe do Núcleo de Promoção e Defesa das Mulheres afirma que após esses crimes, muitas famílias são destruídas. "O debate permite que possamos discutir diversas estratégias para o combate ao feminicidio", pontua.
Antônia explica que segundo a Lei Maria da Penha o enfrentamento ao feminicidio demanda uma atuação intersetorial e multidicisplinar da sociedade. "Nada mais produtivo e importante, portanto, do que ouvir os diferentes setores, tanto do poder público e sociedade civil que estudam e atuam diariamente sobre a questão", afirma.
Debate
O evento tem o objetivo de promover um ambiente de discussão, de forma a ampliar a agenda de ações locais a uma esfera que ofereça a visibilidade necessária a essa questão, que é humanitária e de interesse nacional. O seminário reúne autoridades e especialistas das áreas social e jurídica para debater soluções e caminhos com vistas ao enfrentamento à onda de crimes contra as mulheres que têm assolado o Distrito Federal.
Também estão presentes no primeiro painel, a presidente da Comissão de Enfrentamento da Violência Doméstica da seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF), Cristina Tubino, o promotor de justiça do DF, Daniel Bernoulli e a diretora da Divisão de Perícias Externas do Instituto de Criminalística do DF, Beatriz Figueiredo.
No segundo painel, será discutido o tema “Redes de apoio contra a violência:educar para transformar”, com participação da assessora internacional do Ministério das Mulheres, Rita Lima; a representante do Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra as Mulheres do Núcleo Bandeirante, Ben-Hur Viza; a assessora sênior na área de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres da ONU Mulheres Brasil, Wânia Pasinato e a coordenadora do Observatório POP Negra da Unb, Majorie Chaves.
O Correio Debate está ocorrendo agora, e você pode acompanhá-lo pelas redes sociais do Correio Braziliense
* Estagiário sob a supervisão de Hylda Cavalcanti
Saiba Mais
- Brasil Feminicídio: onde as mulheres mais morrem no País? Veja lista de estados
- Cidades DF Presidente do Correio sobre feminicídios: "Não é possível tolerar tanta violência"
- Cidades DF Na maioria dos casos de feminicídio, alguém sabia sobre a violência doméstica
- Cidades DF "Temos que chegar a zero para ser exemplo", diz Avelar sobre feminicídios