Uma quantia de quase R$ 1 milhão pode estar por trás do assassinato do policial militar aposentado Jacob Vieira da Silva, 62 anos. O servidor estava desaparecido havia oito dias, ao sair de casa, em Santa Maria. Ontem, após uma denúncia anônima, policiais militares, civis e bombeiros fizeram buscas em uma chácara localizada no Parque Estrela Dalva 3, na Cidade Ocidental (GO). Dentro de uma cisterna, as equipes encontraram o corpo do PM envolto de saco plástico e preso a um concreto. A Polícia Civil do DF (PCDF) tenta fechar o quebra-cabeças para elucidar o homicídio e investiga a participação de ao menos duas pessoas no crime.
O desaparecimento de Jacob foi publicado em primeira mão pelo Correio. Por volta das 14h de 10 de julho, o policial recebeu uma ligação misteriosa enquanto estava em casa, segundo relataram os familiares. Pelo telefone, Jacob teria dito: "Estou saindo aí fora". Depois disso, pegou a arma, colocou na cintura e saiu da residência. As imagens das câmeras de segurança mostraram o PM entrando em um Ford Ka branco. Depois disso, ele não foi mais visto.
O Correio apurou que o Ford Ka banco, que Jacob entrou, pertence a um familiar do PM. O veículo permanece no nome de outra pessoa e teria sido revendido para esse parente. A polícia constatou, ainda, que a placa era clonada.
Jacob é um dos sócios da Cooperativa de Transportes de Cidade Ocidental (Cooptrocid-GO) e, no dia em que desapareceu, teria duas vistorias agendadas, em Planaltina de Goiás. No entanto, os carros teriam sido levados para a Cidade Ocidental. À reportagem, um colega de Jacob afirmou que ele não chegou a nenhum dos dois endereços. O Correio entrou em contato com o presidente da empresa e com o segundo sócio para saber sobre o agendamento das vistorias, mas os dois preferiram não se manifestar.
Ligação
Antes de sumir, Jacob emprestou uma quantia no valor de R$ 900 mil a um colega. De acordo com os amigos, o PM costumava emprestar dinheiro a juros. No entanto, o rapaz que pegou o montante conhecia Jacob havia poucos meses. Sócio de uma cooperativa de transportes, Jacob tinha residências em Santa Maria e em Goiânia. Os fatos estão sob investigação.
No começo da tarde de ontem, durante as buscas, cães farejadores apontaram para fortes indícios da presença de um cadáver no local. Foram mais de três horas para retirar a água do poço e facilitar a entrada das equipes dos bombeiros, que conseguiram localizar o cadáver. O laudo do Instituto de Medicina Legal (IML) vai determinar a causa da morte. O corpo de Jacob estava envolto em um plástico e preso em uma pedra de concreto.
A casa onde o corpo foi encontrado pertence ao filho da ex-mulher de Jacob, também considerado filho de criação. O caso é investigado pela 33ª Delegacia de Polícia (Santa Maria). Segundo o delegado Renato Martins, as investigações estão em andamento e, no momento, não serão repassadas mais informações. "Trabalhamos com alguns suspeitos", frisou.
Dor
Na região do Entorno, Jacob era bastante influente e querido pela comunidade. Casado, ele tinha uma filha fruto de um relacionamento anterior. Pelas redes sociais, familiares lamentaram a tragédia. "O senhor não me ensinou a viver sem você, meu pai", declarou a filha. Em outro post, ela agradeceu pelas orações.
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