Amizade de verdade é o que todo mundo espera encontrar na vida. Aquela pessoa que te escuta, acolhe e com você dá muitas risadas. Que está lá para os momentos bons e para os difíceis. Para esse encontro de almas, amanhã, é comemorado o Dia do Amigo, data com ótimas histórias comemoradas também aqui no Distrito Federal.
Esse é o caso do Fem84, um grupo de mulheres que se conheceu no curso de formação para soldados da segunda turma da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) de 1984. Recém incorporadas, elas criaram um forte laço de amizade que, quase 40 anos depois, ainda permanece inabalável.Entretanto, devido a correria da vida e os novos afazeres da carreira na segurança pública, se afastaram. Em 2017, elas realizaram o primeiro encontro, quando compareceram 15 amigas e, nos anos seguintes, o número cresceu com a incorporação de colegas de outras turmas e até de fora da força de segurança, à reunião.
Atualmente, com toda a turma aposentada, para matar a saudade e lembrar das boas histórias da carreira militar — e outras mais —, desde 2014, elas se reúnem mensalmente e, uma vez por ano, viajam para conhecerem novos lugares. Ao todo foram sete destinos pelo Brasil: João Pessoa (PB), Fortaleza (CE), Porto de Galinhas (PE), Floripa (SC), Itacaré (BA), Jericoacoara (CE), Natal (RN) e Maceió (AL). Para a próxima aventura, o plano é ir para um resort.
A capitã aposentada e organizadora dos encontros mensais Gisa Maria, de 58 anos, conta que é um privilégio estar à frente da turma. "Dá trabalho, mas isso não tem preço. Esses momentos são nossos momentos de terapia, sempre estamos presentes na vida uma da outra e é muito gratificante" , conta.
Segundo Gisa, todas as participantes contam os dias para os encontros, que ainda são animados por sorteios e outras brincadeiras. Quando uma ganha o prêmio, no mês seguinte, ela precisa levar um novo mimo para ser sorteado. "Em oitos anos de reuniões e viagens nunca teve uma briga." A capitã relata que os encontros trouxeram auto-estima para as integrantes. "Muitas não tinham motivos para sair de casa, antes, e hoje se arrumam para ir aos encontros, fazemos unha, cabelo e isso renova a auto-estima. Então até nisso as reuniões fizeram bem" , diz a policial aposentada.
A primeira-tenente aposentada Suélis Gomes, 56, conta que o grupo representa muito bem os benefícios da amizade e da convivência respeitosa e harmoniosa. "Neste grupo podemos ser nós mesmas, sem julgamentos, críticas. Nós nos ajudamos com acolhimento, dicas de beleza, questões de saúde, relacionamento, familiar", elenca a oficial.
A amizade entre as membros do grupo transcende a convivência. Suélis ressalta que se sente fortalecida, ouvida, cuidada, amparada. "A Gisa é a coluna dorsal do grupo, ela que articula os movimentos e nós vamos juntas, sempre vamos nas casas umas das outras para lancharmos ou marcamos em restaurantes, sempre com qualidade e bom gosto. Para mim é como uma família, amamos estar juntas."
Elizane Célia de Castro Dudu, 59, se aposentou como primeira-tenente da PMDF e celebra a parceria no trabalho e até mesmo da amizade. "O suporte que damos umas às outras na iniciação da carreira em 1984 permanece até os dias de hoje. O tempo fortaleceu ainda mais nossos laços e depois de nove anos aposentadas, o elo ainda permanece." Para ela é essencial dividir momentos alegres como as viagens, encontros mensais e rotineiro diálogo em grupos de aplicativos de mensagens. " Trocamos mensagens de encorajamento fortalecendo umas as outras. Eu sinto que esses encontros mensais são como uma cura para minha alma, são momentos alegres, divertidos, com muitas conversas gostosas, leves e sem cobrança. Espero que enquanto houver vida, nossos encontros permaneçam" , detalha Elizane.
Laços da infância
O professor Rômulo Rocha, de 36 anos, tem uma amizade que sobreviveu a rivalidade do futebol. Em 1993, ele conheceu Hugo Ricarte, Dênis Felipe e Rodolfo Rezende ainda na pré-escola do colégio Brasileirinho, em Ceilândia. No início, eram de grupos diferentes da escola e rivais quando entravam em campo nos jogos de futebol da escola. Depois de um tempo a aproximação foi inevitável e eles se tornaram melhores amigos. Porém, o colégio não ofertava ensino médio e aos poucos, cada um foi para uma escola diferente.
Mesmo com a distância, a amizade continuou com reuniões pontuais. Atualmente, eles têm um grupo em um aplicativo de mensagens, onde conversam diariamente, especialmente, nas quartas-feiras, dia de jogos de futebol, mesmo todos sendo de times diferentes, foi o amor pelo esporte que uniu a turma.
Um dos integrantes, o Hugo Ricarte, se mudou para o Rio Grande do Norte a trabalho, e quando vem de férias a Brasília é sagrada a reunião com os amigos. "Sempre nas reuniões fazemos uma festa ou um churrasco e colocamos o papo em dia. Levamos os nosso familiares e sempre é um momento legal", conta Rômulo.
Em outubro deste ano, Hugo vai se casar e todos os membros do grupo foram convidados para serem padrinhos do casamento em Fortaleza (CE), momento emblemático da amizade dos meninos do Brasileirinho.
Gostos em comum
A amizade de quase 10 anos de Alexya Lemos e Vinícius Barbalho, ambos de 20, começou em 2015 quando eles tinham por volta de 12 anos no fundamental do colégio Leonardo da Vinci. "Eu me mudei para a escola que ele estudou a vida inteira, e eu tinha tradição de sempre usar o mesmo batom no primeiro e no último dia de aula que era o meu favorito na época, e ele veio e perguntou se estava o usando o batom 'x', que era exatamente o que eu tava usando e isso me chocou." conta Alexya.
Depois disso, os dois colegas de sala de aula começaram a conversar e Vinícius perguntou a Alexya que música ela estava ouvindo no fone e era Whitney Houston, cantora que os dois eram fãs. "E depois a gente nunca mais se desgrudou, porque tínhamos o mesmo gosto musical e amor por divas pops" , relembra Alexya.
Em todo o ensino médio, eles tiveram uma união de irmãos, até mesmo nos finais de semana quando frequentavam a casa um do outro. Alexya conta que eles mal tem fotos juntos, porque quando estão juntos eles vivem tanto o momento que esquecem que o celular existe. "Não importa se a gente passa um mês sem conversar, quando nos falamos encontramos um porto seguro um no outro", relata.
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