A Associação Educação-Esporte dos Portadores de Necessidades Especiais & Amigos dos Distrito Federal (AEEP-DF) está em êxtase. Um de seus integrantes, o atleta maranhense Bartolomeu da Silva Chaves, 22 anos, conquistou, ontem, a medalha de bronze no Campeonato Mundial de Atletismo Paralímpico de 2023, ocorrido em Paris, na prova dos 400 metros, na classe T37, destinada aos corredores que têm paralisia cerebral.
Diretamente da capital francesa, o atleta revelou ao Correio que a prática da corrida começou ainda na adolescência, onde morava, na zona rural de Caxias (MA), incentivado pelo tio. Em Brasília desde 2018, foi acolhido pela AEEP e deu continuidade ao desenvolvimento do talento, treinando em uma pista menor do que a oficial, perto de onde mora, no Recanto das Emas.
A conquista teve o sabor diferenciado da superação. Bartolomeu chegou a Paris em 3 de julho com uma lesão na coxa, adquirida em 17 de junho, durante um treino para a competição. Desde então, a equipe da Seleção Brasileira de Atletismo Paralímpico o proibiu de treinar e submeteu o atleta a sessões de fisioterapia, a fim de acelerar a melhora da lesão. "Não me deixaram nem sair do hotel", revela Bartolomeu. "A equipe me ajudou muito e o quadro melhorou bastante. Mas ainda assim tive que correr com uma fita e uma bandana na coxa. Se não estivesse lesionado, chegaria ao 1º lugar", garante.
O problema muscular não o impediu de chegar até a semifinal da competição. "Mas se ainda tivesse que correr mais uma vez, eu não poderia", conforma-se. De Paris, Bartolomeu retorna para Brasília e as preparações não param. A próxima parada será nos jogos Parapan-Americanos de Santiago (Chile), em novembro deste ano.
Orgulho
Exceto pelo próprio Bartolomeu, é difícil alguém estar mais feliz do que Gastão Reis Mesquita, presidente da AEEP-DF. Ele rememora a trajetória do atleta desde que começou a treinar pela associação, em 2019. "Ele começou a treinar para uma classe diferente da que ele compete hoje. Foi quando, em 2021, ao buscar os laudos médicos para conseguir o passe livre para o transporte público do DF, o médico o diagnosticou com paralisia cerebral. Em 2022, ele foi para a classe mais adequada, a T37, que é a que ele compete hoje", relata Gastão.
Emocionado, ele conta ao Correio que Bartolomeu é o primeiro atleta formado integralmente pela associação a ter uma conquista como a medalha de bronze no Campeonato Mundial de Atletismo Paralímpico. "É uma luta muito grande. Aos trancos e barrancos e com poucos parceiros, foi possível chegarmos a esse nível", comemora.
Entre os colegas da AEEP, Bartolomeu virou um grande exemplo. "Falo para eles que a medalha de Bartolomeu não caiu do céu, mas que veio de muito esforço. A conquista de Bartolomeu foi uma injeção de ânimo para todos nós", avalia Gastão.
Bartolomeu da Silva chega a Brasília na manhã de 19 de julho e Gastão promete uma celebração com almoço comemorativo na sede da associação. O atleta deve seguir com as sessões de fisioterapia. Logo mais, os treinos reiniciam com readequação à condição que sofre na coxa, em decorrência da paralisia cerebral. Antes do Parapan, em novembro, Bartolomeu ainda vai enfrentar outras duas competições. A primeira será em São Paulo, o Meeting Brasileiro de Atletismo CBDI 2023, onde vai correr os 200 e 400 metros, entre os dias 18 e 20 de agosto.
De volta à capital, em setembro será a vez do Meeting Brasileiro Loterias Caixa Brasília, em 16 de setembro, onde o atleta vai correr os 400 e 1500 metros.
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