A produção de mandioca no Distrito Federal vem sendo beneficiada com um método inovador, o Cultivar BRS 429. Desenvolvida pela Embrapa e apresentada pela Emater-DF, a técnica cobre a plantação com um filme plástico de polietileno (mulching) sob irrigação por gotejamento e fertirrigação (adubação que utiliza a água de irrigação para levar nutrientes ao solo cultivado).
A novidade já apresentou 90% de aumento da produtividade para quem a utiliza. Além disso, foi observada a redução na necessidade de irrigação pela diminuição de perda d'água por evaporação direta e otimização no uso de fertilizantes.
O nome do projeto tem origem na raiz usada nos testes — a mandioca de mesa BRS 429. Segundo a Embrapa, o fruto é altamente produtivo (49,76% de superioridade média de produtividade de raízes comerciais). Também apresenta moderada resistência à bacteriose e ao superalongamento, principais doenças que atingem as plantações na região Centro-Sul e no Cerrado. Suas raízes cilíndricas, longas e uniformes, são mais atrativas para o aproveitamento comercial. O consumidor também ganha com a inovação, porque o tempo médio de cozimento é de 20 minutos, enquanto as outras levam cerca de meia hora.
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"Essa especie de mandioca requer um solo melhor, com um PH elevado", explica o extensionista rural da Emater-DF Névio Guimarães. Segundo o especialista, em testes feitos no campo com essa técnica, a colheita ultrapassou 100 toneladas por hectare. "Foi produzido em apenas um hectare o que em outros métodos seriam necessários três ou quatro", completa.
Não há um levantamento sobre o número de produtores do DF que estão usando o método Cultivar BRS 429, mas Guimarães estima que sejam muitos. Para aderir à técnica de cultivo e ter assistência da Emater, basta procurar o órgão.
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Mercado
De acordo com o coordenador do circuito de Olericultura da Emater-DF, Antonio Dantas, a tecnologia é uma opção viável de investimento com grande retorno financeiro para o produtor rural, além de reduzir a necessidade de serviços e de mão de obra, que representa queda significativa de custos.
"O uso correto das tecnologias disponibilizados pela pesquisa e a adequada gestão da propriedade têm sido fatores que levam ao sucesso e à manutenção da viabilidade dos empreendimentos dos pequenos agricultores. A Emater-DF tem se esforçado para construir alternativas junto dos agricultores e essa tecnologia é uma dessas iniciativas", conta Antonio Dantas.
Além da mandioca, foram testados para uso do método os plantios de jiló, berinjela e maxixe.
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