CPI

CPI do DF divulga calendário e prevê ouvir Torres e Mauro Cid em agosto

Os distritais querem ouvir Anderson Torres e Mauro Cid em agosto. Eles trabalham para que dois depoentes sejam ouvidos por dia. Além deles, dois policiais militares estão previstos para depoimentos após o recesso parlamentar

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, da Câmara Legislativa (CLDF), aprovou, na manhã desta quinta-feira (29/6), o calendário de depoimentos para agosto. Nele, nomes como o do ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid, e do ex-secretário da Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF), Anderson Torres, estão incluídos.

No cronograma, o retorno dos parlamentares à CLDF após o recesso é ouvir o major da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), Flávio Silvestre de Alencar, em 3 de agosto. Ele foi flagrado por câmeras do Supremo Tribunal Federal (STF) determinando o recuo das tropas em um dos cordões de isolamento da Corte, nos atos de 8 de janeiro.

Torres é esperado para depor na CPI em 10 de agosto. O delegado da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), Leonardo de Castro Cardoso — que conduziu as investigações, também, da tentativa de atentado à bomba no Aeroporto — está marcado para 17 de agosto.

Em 24 de agosto, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, é esperado pelos distritais. Fechando o mês, o coronel da PMDF Reginaldo de Souza Leitão, em 31 de agosto. Existe o desejo dos distritais de ouvirem dois depoentes no mesmo dia, mas essa ideia será deliberada no retorno dos trabalhos.

CPI ouve condenados da bomba

Alan Diego dos Santos e George Washington de Oliveira são ouvidos pela CPI do DF nessa quinta (29/6). Durante o seu depoimento, Alan contou aos distritais que corre risco de morte se abrir a boca para os parlamentares.

O eletricista não quis apontar quem são essas pessoas, mas disse que são da extrema-direita. A CPI vai propor um depoimento secreto, com a expectativa de contar o que não foi respondido. Conforme ressaltado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ambos terão garantido o direito ao silêncio.

Os acusados tentaram explodir uma bomba no Aeroporto de Brasília e foram condenados a mais de 14 anos (somadas as pena) pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT). George Washington de Oliveira e Alan Diego dos Santos Rodrigues estão presos no Complexo Penitenciário da Papuda desde janeiro, após as investigações conduzidas pela Polícia Civil (PCDF).

Com base na sentença assinada pelo juiz Osvaldo Tovani, não há dúvidas quanto ao envolvimento de George e Alan no crime. Em depoimento, George confessou que recebeu o artefato explosivo em 23 de dezembro do ano passado e fez a montagem no mesmo dia. Depois, entregou a bomba a Alan. Ainda com base na sentença, George e Alan se conheceram em frente ao QG do Exército, local onde Alan recebeu o artefato em uma caixa de papelão. “O vínculo entre ambos é inegável, afinal, no interior da caminhonete de George foi encontrada impressão digital de Alan”, frisou o magistrado.

Alan também confessou o crime à polícia e confirmou ter recebido o artefato. Ele foi o responsável por colocar o explosivo no para-lama do caminhão-tanque, próximo ao Aeroporto de Brasília. As imagens colhidas pelos investigadores da PCDF mostraram a ação do extremista.

Depois de deixar a bomba no local, Alan acionou o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar, informando, numa das ligações, que tinha visto um artefato numa carreta de combustível em frente ao aeroporto. No segundo telefonema, disse ter visto uma moça correndo apavorada depois de ver uma bomba no automóvel.

George foi preso pelos investigadores da 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul) em 25 de dezembro. O caso passou a ser investigado pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado, vinculada ao Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Draco/Decor), que chegou ao encalço de Alan.

George foi condenado a 9 anos e 4 meses de reclusão em regime inicial fechado, além de 280 dias-multa. Alan recebeu uma pena de 5 anos e 4 meses e 160 dias-multa. "Os acusados se defenderam presos. Não há fato novo que justifique a revogação do decreto prisional. As circunstâncias dos fatos indicam periculosidade concreta, presente, ainda, a necessidade de preservar a ordem pública, mantenho a prisão preventiva de ambos os acusados", enfatizou o juiz.

 

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