CPI do DF

Ex-número 2 do GSI de Heleno deve ser convidado para depor na CPI

Penteado foi citado no depoimento de G. Dias, na CPI dos Atos Antidemocráticos, por não ter respondido o motivo pelo qual não havia um bloqueio na frente do Palácio do Planalto durante as invasões do 8 de janeiro

O general Carlos José Russo Assumpção Penteado, ex-secretário-executivo do Gabinete de Segurança Institucional dos ex-ministros e generais Augusto Heleno e Gonçalves Dias, deverá ser convidado para depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). O militar, caso o requerimento seja aprovado, será ouvido pelos distritais após o recesso parlamentar. 

Penteado entrou no radar da CPI após ser citado pelo ex-chefe do GSI, G. Dias, em depoimento à CLDF. O general foi um dos remanescentes do governo Bolsonaro no GSI, e teria dito que estava “tudo tranquilo” no Palácio do Planalto durante os atos de 8 de janeiro. Segundo G. Dias, ao questionar o motivo pelo qual não havia um bloqueio em frente ao Planalto, ele não soube responder.

“Por volta das 14h, inquieto e preocupado, pois assistia pela TV as manifestações e elas não batiam com o clima de controle que me havia sido descrito, decidi ligar para o celular do general Penteado. Era o meu secretário-executivo no GSI, general Carlos José Assumpção Penteado, que havia ocupado o mesmo cargo na gestão do meu antecessor, o Augusto Heleno”, disse, à época, aos distritais.

“Perguntei a ele por qual motivo o bloqueio da frente do Palácio do Planalto, que deveria ter sido feito pela Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), não havia sido montado. Aquele era o bloqueio do Plano Escudo do Planalto e tinha de estar montado. Não estava. Inclusive, cobrei dele, com um palavrão, o motivo de não ter sido montado. O general Penteado não deu resposta à minha pergunta. Saiu para montar o bloqueio de proteção, porque dei a ordem”, completou G. Dias.

O ex-GSI foi questionado, então, porque manteve Penteado no próprio governo. Respondeu que confia no Exército, por ser uma instituição do Estado e não de governo. No entanto, disse posteriormente que não deveria ter mantido o número dois do seu sucessor, general Augusto Heleno. O requerimento de convocar o ex-número 2 foi apresentado pelo deputado Hermeto (MDB) e deverá ser submetido a aprovação pelos distritais, nesta quinta-feira (28/6).

Acusados da bomba

Para a última sessão da CLDF antes do recesso, os acusados de tentar explodir um caminhão-tanque no Aeroporto de Brasília, Alan Diego dos Santos e George Washington de Oliveira Sousa, serão ouvidos pelos distritais. Ambos já foram condenados no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), mas apresentaram recursos contra a sentença.

Existe um temor dos distritais de que os depoentes utilizem da mesma estratégia adotada pelo próprio George na CPMI do 8 de janeiro, no Congresso Nacional. Na oportunidade, o depoente se manteve em silêncio durante toda a oitiva. 

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