Levantamento elaborado pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) constatou que cerca de 21.500 pacientes aguardam na fila de espera da rede pública de Saúde para fazer um exame de endoscopia no DF. Sendo que, deles, aproximadamente 5 mil esperam há mais de dois anos. O Tribunal chegou a esse número após fiscalizar a prestação de serviços de endoscopia pelo Governo do Distrito Federal (GDF) em todas as unidades que realizam o procedimento.
Os exames de endoscopia são essenciais para a detecção de alterações e doenças no esôfago, estômago, duodeno e intestino. Para os auditores do TCDF, a situação é considerada grave e inaceitável, e a oferta dos exames é insuficiente para atender a demanda. A falta de profissionais capacitados, bem como equipamentos, salas aptas, medicações e insumos estão entre os problemas apontados pelo corpo técnico do Tribunal para este déficit de atendimento.
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Como existe um alto percentual de exames agendados e não realizados, o Tribunal constatou que a tendência é de a fila aumentar ainda mais. A apuração do corpo técnico do TCDF revelou que, de janeiro a novembro de 2022, das 7.102 Endoscopias Digestivas Altas agendadas, somente 4.028 foram realizadas, o que equivale a 56,7% do previsto. No mesmo período, dos 6.220 exames marcados para Endoscopias Digestivas Baixas, chamadas de colonoscopias, apenas 2.911 foram realizados, representando 46,8% dos agendamentos.
As fiscalizações do TCDF expõem a sobrecarga nos hospitais da rede pública e a morosidade na realização das endoscopias, o que pode implicar uma piora significativa na situação de saúde dos pacientes. Ainda, segundo os auditores, não há contratos de manutenção eficazes para os equipamentos utilizados nos exames de endoscopia.
A inspeção faz parte de uma auditoria operacional realizada pelo Tribunal tanto na Secretaria de Estado de Saúde (SES/DF) quanto no Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (IGES/DF). Nesta terça-feira (27/6), os auditores visitaram o Hospital de Base do DF (HBDF). Os Hospitais Regionais da Asa Norte (HRAN), de Ceilândia (HRC), Gama (HRG), Sobradinho (HRS), e Taguatinga (HRT) já foram inspecionados.
*Estagiária sob a supervisão de Hylda Cavalcanti