Um encontro para celebrar a igualdade e, acima de tudo, o amor. O Piquenique do Dia do Orgulho LGBTQIAPN+ levou temas de suma importância para este domingo (25/06), no Eixão do Lazer, na altura da 208 Norte. Os visitantes marcaram presença, também, na ação promovida pela Secretaria de Raça e Sexualidade do Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF), com o intuito de promover debate e falar dos obstáculos que ainda interferem na comunidade.
Diversidade, igualdade e respeito. O Piquenique do Dia do Orgulho LGBTQIAPN+ trouxe esses temas como princípio para um futuro necessário. O encontro celebrou o amor entre vários casais e diversas famílias brasilienses que estavam no espaço.
Os visitantes marcaram presença, também, para falar dos obstáculos e dilemas que ainda persistem. Mesmo com todos esses impasses, um enorme apreço e privilégio por ser quem se é inundava cada vida. Esse sentimento foi citado por Guilherme Shandler Rodrigues, 28 anos, que enxerga em ações como essa uma oportunidade para extinguir o ódio e o preconceito. Por isso, falar sobre as questões que envolvem a causa não deve ser inserido apenas neste mês — que é muito importante —, mas todos os dias. "Ainda enfrentamos violência, somos expulsos de casa. Esse debate precisa ser diário, para que todos possamos ser quem, de fato, somos. E mais do que isso, pra ninguém esquecer que a gente existe", descreve o arquiteto.
Com a importância dos relatos e das experiências partilhadas, Rodrigo Rodrigues, 28, crê que o piquenique é uma forma de agregar todas as pessoas, até mesmo aquelas que não estão inclusas na comunidade LGBTQIAPN . "Essas informações precisam tomar uma proporção maior, porque as pessoas devem se conscientizar", termina.
Amor, apesar de tudo
Para celebrar o afeto, nada mais justo do que ilustrar o que une um casal que está junto há sete anos. Michel Platini, 40, e Rafael Lira, 36, chegaram cedo para prestigiar os educadores que participavam do evento. Eles, inclusive, acreditam que estes profissionais têm um papel fundamental na construção de pontes para uma sociedade menos violenta e preconceituosa, em especial a respeito da LGBTFobia.
Ativista e presidente do Centro Brasiliense de Direitos Humanos (Centro DH), Michel Platini acredita que organizar tais ações são necessárias em prol da causa. "Precisamos de um mundo com mais harmonia, sem agressividade. Um lugar onde todas as pessoas possam se sentir inteiras", argumenta. Abraçado à forma de pensar do marido, Rafael defende que o trabalho é árduo, mas prazeroso. Os dilemas que ainda envolvem a comunidade devem ser tratados de maneira frequente, segundo ele. Embora o Mês do Orgulho tenha nascido com um propósito essencial, o dia a dia é o que, de fato, importa. "Só o fato de sairmos de casa é uma maneira de dizermos ao mundo que temos orgulho", ressalta.
Um lar feliz
Rótulos não são necessários, muito menos padrões. Família é família. E a de Kelly Ferro e Louise Martins, ambas de 33 anos, está imersa no afeto. Mamães do pequeno Benício, de um ano e oito meses, elas destacam que a maternidade não tem sido fácil, mas criar outro ser humano traz, todos os dias, uma sensação muito especial para as duas.
A nutricionista Kelly, responsável por gestar o filho, afirma que ele era um sonho. E tamanha a dimensão da realização só foi capaz de unir ainda mais o casal. "Veio para confirmar muita coisa. A maternidade era um grande desejo", acrescenta. Apesar da beleza que a nova fase trouxe para ambas, os desafios continuam, e eles são muitos. Por isso, encontros como o de ontem devem ser cada vez mais naturalizados. Em especial para mostrar que o ódio ainda pode continuar vencendo. Embora haja o medo, até mesmo de sair de casa ou de contar que o filho tem duas mães.
E essa confiança é depositada ainda mais no pequeno, como acredita Louise. "Queremos que ele não replique essa onda de ódio e coisas negativas que ainda vemos por aí", completa. A publicitária define a relação entre as duas de uma maneira bem simples: ela é brincalhona, enquanto Kelly é aquele afago e poço de sensibilidade para Benício. Com esses dois elementos, elas criam o futuro da sociedade.
Um dia ensolarado estampou o amor entre vários casais que estavam presentes no local. Um destes tantos era ilustrado por Michel Platini, 40 anos, e Rafael Lira, 36. Casados há sete anos, os dois chegaram já no começo do evento, para não deixar de prestigiar os colegas educadores. Ativista e presidente do Centro Brasiliense de Direitos Humanos (Centro DH), Michel Platini acredita que organizar comemorações como essa são de extrema importância para a causa. Em especial, com apoio de tantos professores, que têm um papel essencial na discussão a respeito da LGBTFobia. “Esse apoio para nos ajudar é fundamental, porque é na escola onde se constrói essas pontes concretas para enfrentarmos a violência”, destaca.
Harmonia e uma sociedade com menos preconceitos. São esses os pedidos de Michel para um futuro que parece distante, mas que já mostra um caminho. O esposo, Rafael, na mesma rota de pensamento, defende que, apesar do Mês do Orgulho LGBTQIAPN+ ser imprescindível, trabalhar em prol da comunidade todos os dias continua sendo necessário. “O orgulho de ser quem somos é diário. Temos a construção desse debate na nossa rotina, só o fato de sairmos de casa é uma maneira de dizermos ao mundo que temos orgulho”, ressalta.
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