Carnaval

Acadêmicos da Asa Norte exalta a mulher negra do Brasil em seu enredo

Samba-enredo da escola será "O jeito bola de ser — No bonde do Bola Preta você é o eterno folião. A agremiação será a segunda a desfilar pelo Grupo Especial na madrugada deste domingo; veja o horário

As 13 escolas de samba do Grupo Especial e de Acesso do Carnaval fora de época do Distrito Federal irão desfilar no Sambódromo Marcelo Sena, no Eixo Cultural Ibero-americano, ao lado da Torre de TV, na sexta-feira (23) e neste sábado (24/6). Já na madrugada desse domingo — dentro do último dia de desfiles —, a Acadêmicos da Asa Norte será a terceira e última agremiação a desfilar na passarela almejando o título. O início do desfile da escola está previsto para às 1h15.

Com enredo "Mulheres pretas do Brasil", a agremiação vai contar a história de mulheres que se destacam na história do Brasil, além da mulher simples e trabalhadora. "Vai ser um desfile lindo para todas as agremiações. E que a gente ganhe de novo. Se o tetra (campeonato) vier, a festa vai ser aqui no barracão", promete a diretora Resula Bomfim.

Os compositores são Diego Nicolau, Juninho Sambista, Tem-Tem Jr, Marcus Lopes, Marcelinho Santos, Richard Valença, Valtinho Botafogo, Romeu Almeida, Yago Pontes, Issac Sousa e Junior Fionda. A entrada para acompanhar o desfile é gratuita.

Letra

"Odoyá, epahey, Iêiêô,
Saluba Yá ê mamãe, ê Yá, ê Yá
A Asa Norte destina a tua sorte
Na proteção de Yabá

Sou eu! Eterna ébano de África
Sou eu, sou eu! Seio da vida em dádiva
Entrego a minha voz... À eloquente, valentia
Verbo que desafia o algoz...
Herdeira da espada feminina
Negreiro mar, Nem a escrava chegança
Onde a chibata canta, poderá me acorrentar
No ventre, dinastia... realeza
Pele preta brasileira és a guerreira do povo que vem de lá

Sou o pranto do tumbeiro
Rebeldia de uma raça
oceano inteiro,o destino na cabaça
Ventania em liberdade
a chama acesa no breu
Oi gira a saia, girou, Axé sou eu

Do batuque dos tantãs ôôô
Tambor de tamarineira êe laia
Rendas e balangandãs
Senhoras dos amanhãs
Preta Veia rezadeira
Os acordes da magia no xirê de Olodumarê… A força do orixá, o dom de sobreviver
Na luz de Ciata, Dandara, “esperança”
“Soares” por Elza a nossa herança
Por nós, Marielles, Benguelas
É quilombo, é favela, Salve elas"