Educação no trânsito /

Uma cidade que forma os motoristas do futuro do Distrito Federal

Criada para ensinar, a Transitolândia recebe crianças em excursões de escolas públicas e particulares três vezes na semana, no período da manhã e à tarde. Programa é um passo para a conscientização desde a infância

A educação no trânsito deve começar ainda na infância para que no futuro a sociedade tenha condutores conscientes. Por isso, no Distrito Federal, existe uma mini-cidade construída especialmente para ensinar os pequenos: a Transitolândia — Escola Vivencial de Trânsito, do Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER-DF). Nela tem rua, faixa de pedestres, ciclovia e passarela, semáforo, radar de velocidade e pardal para ensinar os futuros condutores da capital.

O espaço fica localizado no DER-DF de Sobradinho, e recebe crianças em excursões de escolas públicas e particulares três vezes na semana, no período da manhã e da tarde. Com turmas de 100 crianças em cada turno. A experiência dura aproximadamente três horas e começa com uma apresentação de teatro lúdica comandada pelo personagem Senhor Faixa. É neste momento que os pequenos aprendem na teoria sobre as regras de trânsito, como, por exemplo, atravessar a faixa de pedestre, como utilizar o semáforo e o cinto de segurança. Tudo isso, com músicas, danças e muita interação.

O alegre e contagiante Senhor Faixa é vivido pelo agente do DER-DF Daniel Justo, que acredita que a educação lúdica e interativa é de extrema importância, por ser uma abordagem divertida que, mesmo falando de  um assunto sério, se fixa. "A seriedade está em inserir as regras da forma correta, porém de uma forma descontraída, alegre e que eles possam fixar isso para exercer quando saírem daqui."

Depois do teatro e de toda teoria a respeito do trânsito, as crianças fazem uma pausa para um lanche e em seguida vão vivenciar tudo na prática com passeio de carrinho e a pé pela Trânsitolândia. O motorista, um dos agentes do DER-DF vai perguntando sobre as regras de trânsito que foram aprendidas momentos antes para reforçar ainda mais o aprendizado.

Ester Justo, de 8 anos, é aluna da escola 502 de Samambaia, e teve a oportunidade de ser selecionada para interagir no teatro ao lado do Senhor Faixa. Ela ficou encantada com a experiência. "Eu fiquei muito nervosa com a plateia, mas achei muito divertido, ainda mais podendo andar pela Transitolândia". Heitor,8, da mesma escola, conta que transmitirá para os pais tudo que aprendeu durante o passeio. "Agora eu vou ficar de olho quando minha mãe estiver dirigindo", anuncia o garoto. 

Para o gerente da Transitolândia Afonso Dutra, a parte mais importante da educação no trânsito começa na infância. "Eles começam a entender desde de cedo qual vai ser o papel deles daqui a 15 anos. Estamos formando agora para que, lá na frente, eles possam ser condutores conscientes. Sementinha é plantada agora para ser colhida depois", conta.

Graziela é diretora do projeto e acredita que, oferecendo a experiência real do trânsito às crianças, elas aprendem com mais facilidade. "Além da parte lúdica do teatro eles aprendem em uma cidade em miniatura toda a experiência real, isso chama muito a atenção deles o que faz com que aprendam muito mais", explica. O gerente de campanha do DER-DF, Adhemar Mendes, nota que o aprendizado recebido na Transitolândia se reflete em casa. "Elas chegam a fiscalizar os pais dentro do carro depois que saem daqui, então para nós é muito gratificante esse retorno, ainda mais no trânsito, um meio que é usado todos os dias."

Para o presidente do DER-DF, Fauzi Nacfur, entre as várias vertentes do departamento uma das principais é a educação no trânsito. "E muito importante a educação, por isso temos a Transitolândia, nossa escola de trânsito como um instrumento fortíssimo, porque tudo que as crianças aprendem, elas levam para o futuro, e ensinam para os pais o que é certo é o que é errado no trânsito. Os pequenos absorvem com muita facilidade tudo o que ensinamos a elas, e é por isso que investimos tanto na educação sobre o trânsito desde cedo", disse. 

Educação

A Escola Vivencial de Trânsito — Transitolândia atende uma média de 10 mil escolas por ano, do 1º a 4º ano do Ensino Fundamental. Segundo a diretora, Graziela Portela, as escolas podem se inscrever pelo site da instituição. O passeio tem custo zero para a escola, o DER-DF disponibiliza ônibus para fazer o translado e oferta lanche para as crianças, independe de ser pública ou privada. Porém, precisa ser um centro de ensino do DF. Além disso, o espaço é adaptável às crianças com necessidades especiais.

Saiba Mais

O começo

A Transitolândia surgiu em 2004, baseada em um projeto de Curitiba (PR). Em 2009 o local passou por uma grande reforma e mudou toda sua estrutura para melhor atender os alunos. A estrutura que antes era de lona (como de um circo) passou a ser toda em concreto, com janelas de vidro e novos banheiros. A mini-cidade ganhou novas placas, sinalização vertical e horizontal e paradas de ônibus modernas. A idealizadora da Escola Vivencial de Trânsito, Mônica Velloso, atualmente aposentada, pode ver a consolidação da Transitolândia, que começou como um sonho singelo de levar a educação de às crianças.

 

Marcelo Ferreira/CB/D.A Press - Crianças aprendem sobre regras de trânsito enquanto se divertem na Transitolândia.
Marcelo Ferreira/CB/D.A Press - 21/06/2023 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF - Escola Vivencial de Trânsito Transitolândia, recebe alunos da Escola Classe 502 de Samambaia para aprender sobre o trânsito
Marcelo Ferreira/CB/D.A Press - 21/06/2023 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF - Escola Vivencial de Trânsito Transitolândia, recebe alunos da Escola Classe 502 de Samambaia.
Marcelo Ferreira/CB/D.A Press - Crianças aprendem sobre regras de trânsito enquanto se divertem na Transitolândia.
Marcelo Ferreira/CB/D.A Press - 21/06/2023 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF - Escola Vivencial de Trânsito Transitolândia, recebe alunos da Escola Classe 502 de Samambaia.
Marcelo Ferreira/CB/D.A Press - 21/06/2023 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF - Escola Vivencial de Trânsito Transitolândia, recebe alunos da Escola Classe 502 de Samambaia.
Marcelo Ferreira/CB/D.A Press - 21/06/2023 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF - Escola Vivencial de Trânsito Transitolândia, recebe alunos da Escola Classe 502 de Samambaia.
Marcelo Ferreira/CB/D.A Press - Crianças aprendem sobre regras de trânsito enquanto se divertem na Transitolândia.
Marcelo Ferreira/CB/D.A Press - Passeio de carro feito pelos alunos na Transitolândia
Marcelo Ferreira/CB/D.A Press - 21/06/2023 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF - Escola Vivencial de Trânsito Transitolândia, recebe alunos da Escola Classe 502 de Samambaia.
Marcelo Ferreira/CB/D.A Press - Cerca de 10 mil crianças participam anualmente dos encontros, no DER-DF em Sobradinho
Marcelo Ferreira/CB/D.A Press - 21/06/2023 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF - Escola Vivencial de Trânsito Transitolândia, recebe alunos da Escola Classe 502 de Samambaia. Alunos Ester Justo e Heitor durante a apresentação de teatro lúdica.
Marcelo Ferreira/CB/D.A Press - 21/06/2023 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF - Escola Vivencial de Trânsito Transitolândia, recebe alunos da Escola Classe 502 de Samambaia. Alunos Ester Justo e Heitor.
Marcelo Ferreira/CB/D.A Press - Programa é totalmente gratuito e oferece transporte e lanche para todos os alunos. Os ensinamentos são compartilhados com suas famílias
Marcelo Ferreira/CB/D.A Press - 21/06/2023 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF - Escola Vivencial de Trânsito Transitolândia, recebe alunos da Escola Classe 502 de Samambaia.

Vítimas fatais

Dentre as vítimas fatais registradas no DF em 2023, a maior redução de óbitos foi de ciclistas. De janeiro a março do ano passado, ocorreram nove mortes. Neste ano, foram registradas quatro, o que representa uma diminuição de 55%. Considerando apenas as vias urbanas do DF, a maior redução foi no número de óbitos de pedestres, uma queda de 87%. Em 2022, oito pessoas foram vítimas de atropelamento, enquanto em 2023 foi registrada uma morte.

*Dados do Detran- DF