Nesta quarta-feira (21/6), é comemorado o Dia Mundial da Girafa. Mas porque um dia só para elas? Com pescoço muito comprido, pele malhada e rosto engraçado, as girafas são bem queridas pelo público geral. Contudo, elas sofrem com um sério problema: correm o risco de extinção. Instituída pela Giraffe Conservation Foundation (GCF), a data tem como objetivo angariar fundos para a proteção destes animais.
Segundo a GCF, o número de girafas na natureza diminuiu quase 30% em pouco mais de três décadas, para aproximadamente 117.000. É provável que o número de girafas fosse dez vezes maior apenas um século atrás. “As principais ameaças à sobrevivência das girafas na natureza são a perda de habitat devido à expansão humana, à caça ilegal e à fragmentação de populações. O principal motivo pelo qual as girafas estão correndo risco de extinção é a perda de habitat e a degradação de seus ecossistemas, juntamente com a falta de ações efetivas de conservação para protegê-las”, explica o biólogo Fabiano de Abreu.
Das 17 girafas existentes no Brasil, somente uma está no Distrito Federal atualmente. A girafa Yaza, conhecida pela extrema simpatia, é um dos animais mais procurados e fotografados pelos visitantes do Zoológico de Brasília. Ela nasceu em 16 de julho de 2003, no zoológico de Belo Horizonte, filha do Rafiqui e da Zola. Em 24 de agosto de 2004, a girafa mineira chegou à capital, onde, desde então, encanta e emociona a todos.
No Zoológico de Brasília, oito espécimes de girafa constam nos registros. O mais antigo é de 1985, quando uma fêmea da Polônia chegou ao zoo. Entre os apelidos dados aos animais, destacam-se Leo, Bia, Zagalo, Ana Raio e Evelize.
Embora sejam conhecidas por ter um comportamento tranquilo, sendo consideradas animais pacíficos e sociáveis, elas costumam ser, também, desconfiadas e atentas. Não é habitual que as girafas se aproximem de pessoas e de outros animais dos quais não se sintam seguras, e, caso sintam-se ameaçadas, elas podem responder com coices e cabeçadas, comportamentos que foram adquiridos por meio da seleção natural para se defender de predadores e também para disputas reprodutivas. No entanto, a curiosidade natural delas faz com que, ao longo do tempo, elas criem laços de confiança com aqueles que estão ao seu redor, permitindo uma aproximação cuidadosa.
Todas as interações que podem ser feitas com os animais nos projetos do Zoo dependem da vontade deles. Se um animal não quiser interagir, a interação não ocorrerá. No caso de Yaza, ela tem preferências bem definidas. Durante uma dinâmica para alimentá-la, a girafa mostrou um favoritismo especial por determinados indivíduos. Descobriu-se que essas pessoas eram as únicas que estavam oferecendo galhos de hibisco cheios de flores vistosas, mostrando que a Yaza é fã de quem a alimenta com o tal cardápio.
Além da interação com os visitantes, Yaza tem uma relação de muita confiança com seus cuidadores e a equipe técnica formada por biólogos e veterinários do zoológico. Fora os cuidados diários de alimentação, limpeza e observação comportamental, a girafa participa de sessões de condicionamento com reforço positivo. Esse método de treinamento é utilizado para ensiná-la a responder a comandos que facilitam o manejo, como colheita de sangue e administração de medicamentos injetáveis. A técnica consiste em utilizar recompensas alimentares e carinho como estímulo positivo para o aprendizado.
Amor por girafas
As pessoas que amam girafas e as têm como animal preferido são verdadeiramente encantadas por essas criaturas majestosas e únicas. Elas costumam se maravilhar com as manchas distintas na pele, que se assemelham a obras de arte naturais, e admiram a gentileza, paciência e capacidade de adaptação desses animais. Ter a girafa como animal preferido representa uma conexão profunda com as características únicas do animal, que muitas vezes se assemelham a características do próprio indivíduo. Para essas pessoas, a girafa é uma lembrança constante para valorizar a beleza e a singularidade presente no mundo.
A estudante Natália Bastos, 19, tem a girafa como animal preferido, mas, segundo ela, nem sempre foi assim. Durante a infância, por ser uma criança alta, sofreu com piadas que faziam referência ao animal como uma forma de ofendê-la por causa da altura. Contudo, Natália optou por transformar os comentários negativos em paixão pelo bicho. “Antes eu não gostava por causa do bullying, mas com o tempo fui vendo beleza nelas, em suas cores, no seu jeito desengonçado de ser, e fui me apaixonando. Uma coisa que amo nelas é a pelagem com manchas marrons, elas me encantam. É legal ver a relação que elas têm umas com as outras, acho legal a altura, principalmente.”
Não muito diferente de Natália, a dentista Luiza Nobre, 26, também era chamada de girafa, de forma ofensiva, por ter pernas compridas e finas. Desde a primeira vez que ela foi ao zoológico, aos 4 anos, achou as girafas a coisa mais maravilhosa do mundo, apesar da paixão pelo animal ter começado mesmo aos 12. O amor pelo bicho foi grande o suficiente para que ela o eternizasse através de uma tatuagem, justamente nas pernas. “No começo, eu ficava chateada por me chamarem de girafa, mas depois eu parei e pensei: ‘é um animal tão lindo, por que eu teria que me chatear?’. Acho tudo nelas muito legal, a forma de andar, a calma que elas tem, mas em primeiro lugar, com certeza é a língua! O que eu acho mais bonito é o formato das orelhas e as manchas”, diz.
Curiosidades:
- A gestação de uma girafa dura cerca de 15 meses e cada fêmea, geralmente, tem apenas um filhote durante a vida.
- Na natureza, girafas vivem cerca de 25 anos, mas em cativeiro podem chegar a mais de 40.
- As girafas têm línguas longas, que podem crescer mais de 45 cm e possuir cor preta azulada e roxa.
- O coração da girafa pesa 11 kg, aproximadamente 40 vezes maior que o coração humano.
- As manchas de uma girafa são parecidas com as impressões digitais humanas, portanto não existem duas girafas idênticas.
*Estagiária sob a supervisão de Adriana Bernardes