Os finais de semana em alguns dos principais parques ecológicos do Distrito Federal prometem ser de programação diversificada. O projeto Estação Brasil levará às unidades de conservação de Águas Claras, Jequitibás, Saburo Onoyama e Três Meninas, em 17, 18, 24 e 25 de junho, espetáculos cênicos musicais, oficina de bonecos com material reciclado e apresentações teatrais. Tudo de graça e com programação das 13h às 17h, proporcionando aprendizado e diversão para todos os públicos.
O Estação Brasil é uma iniciativa da Associação Cultural Sonart, da Cenas & Sons Produções Culturais e da Cia Cidade dos Bonecos, com o patrocínio do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) e da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal (SECEC-DF). O objetivo do projeto é ampliar a conscientização ambiental e valorizar a produção artística por meio da contação de histórias, oficinas, e apresentações teatrais nos parques urbanos de forma gratuita, sempre abordando lendas urbanas e fatos históricos relacionados a cada um dos parques.
"Esperamos muitas pessoas e que, se possível, elas saiam reflexivas sobre a conexão que elas têm com o meio ambiente. Que elas se divirtam bastante com toda a programação que preparamos", afirma Thaís Veloso, que faz parte da Cia há quatro anos e atua como arte-educadora e contadora de histórias.
Ela explica, ainda, que atrair mais pessoas aos parques ecológicos do Distrito Federal é um dos objetivos do Estação Brasil. Com apoio de projetos, como o Eu Amo Cerrado, do Instituto Brasília Ambiental (Ibram), a ideia é promover atividades que envolvam temáticas sobre a fauna e a flora do cerrado para conscientizar o público sobre a preservação desses espaços.
Como parte integrante do projeto, um exemplo é a utilização de uma usina solar móvel, responsável por fornecer carga para os equipamentos de som, de iluminação e de audiovisual. A energia é armazenada por um trailer, que captura a radiação solar. Dessa forma, todo o consumo é feito de forma limpa e renovável, explica o idealizador do projeto Estação Brasil, Domingos Rodrigo.
"O projeto tem muita importância no sentido de incentivar a proteção do meio ambiente e na formação de público em relação a espetáculos de teatro ao ar livre e em locais mais distantes, como os parques, escolas rurais e outros lugares que raramente recebem projetos abertos à comunidade", explica o ator e contador de histórias do projeto Denis Carlos Carvalho. Nas atividades com materiais reciclados, as crianças têm a oportunidade de vivenciar experiências únicas, aproximando-se da arte de forma prática e divertida.
Thiago Rodrigues é arte-educador e contador de histórias da companhia desde 2019. Para ele, a potência do projeto está na programação muito bem diversificada, que abrange todos os frequentadores dos parques, sem firmar um compromisso burocrático para fazer acontecer a troca cultural. "Fazemos questão de trabalhar no formato em que o público sinta-se convidado e marcado pelo efeito efêmero da Arte, que é o 'aqui' e o 'agora'. Nós da Cia Cidade dos Bonecos, levantamos a bandeira da descentralização da cultura, a preservação ambiental e o acesso à educação para todos. Esse projeto nos permite executar essa tríade de forma muito prazerosa por, justamente, trabalhar com algo em que acreditamos."
Saiba Mais
Teatro de Bonecos
Domingos Rodrigo Valente foi o responsável pela fundação da Cia Teatral Cidade dos Bonecos, em 2001. A companhia tem se dedicado à produção de espetáculos artísticos baseados em intensas pesquisas nas diversas linguagens do teatro de bonecos, sombras e da contação de histórias. Durante esse período, o grupo tem desenvolvido sua própria dramaturgia e aprimorado técnicas de manipulação e de construção de bonecos, resultando em apresentações únicas e envolventes. "A gente trabalha com teatro, várias técnicas de bonecos, principalmente bonecos de balcão. Já trabalhamos também com bonecos de luva, boneco gigante, boneco de vara, teatro de sombras", diz o fundador.
Além de se apresentar em festivais locais e regionais, a companhia tem se comprometido com projetos de circulação de seus espetáculos, levando as produções para diversas cidades e regiões do Brasil. Através dessas iniciativas, eles têm alcançado públicos diversificados e compartilhado sua arte com diferentes comunidades. Hoje, a sede da companhia fica na Ponte Alta do Gama, onde estão construindo um teatro para receber o público das apresentações.
Com uma equipe talentosa e diversificada, a companhia conta com profissionais que possuem formação acadêmica, bem como estudantes de artes cênicas, que se unem em busca do aprimoramento artístico mútuo. Essa combinação de experiência e entusiasmo contribui para a qualidade e inovação dos espetáculos produzidos. "Eu sempre me sinto eufórico e satisfeito por ver sair do papel tudo o que planejamos e ensaiamos e acima de tudo satisfeito por poder compartilhar informações, proporcionar sorrisos e um pouco de distração com cultura para as pessoas que já levam um cotidiano corrido e sem tempo", afirma Denis Carlos Carvalho.
Comprometida com a educação artística, a companhia regularmente oferece oficinas gratuitas para alunos e professores de escolas públicas. Essas oficinas têm como objetivo disseminar a linguagem do teatro de formas animadas, promovendo o acesso à arte teatral e estimulando a criatividade e a expressão dos participantes. "Temos a oficina máquina cênica, que é uma para a formação de novos artistas que queiram desbravar a linguagem do teatro de formas animadas", explica Domingos.
Por meio do trabalho contínuo e abrangente, a companhia teatral tem desempenhado um papel importante na promoção e na difusão das formas animadas no cenário cultural brasileiro, contribuindo para a formação artística de artistas emergentes e enriquecendo a vida cultural das comunidades onde atua.
*Estagiária sob a supervisão de Suzano Almeida