Eu, Estudante

Pesquisa /

Estudantes e pesquisadores desvendam os segredos da cerveja artesanal do DF

Uma aula vai apresentar ao público o resultado da pesquisa de alunos do Instituto Federal de Brasília (IFB) sobre as diversas etapas de produção de uma das bebidas mais amadas pelo brasileiro, da produção de lúpulo à fabricação

Pesquisadores e estudantes do Instituto Federal de Brasília (IFB), câmpus Gama, lançam hoje a "Rota da Cerveja Especial", uma aula-show de degustação que será realizada às 16 horas na cervejaria Madstein. Os alunos dos cursos de tecnologia em eventos e tecnologia em alimentos visitaram os principais polos cervejeiros do DF para estudar e produzir diversos sabores da bebida muito apreciada pelos brasileiros.

A Rota da Cerveja Especial surgiu da parceria entre os alunos do curso de tecnologia em eventos e tecnologia em alimentos do IFB visando agregar valores à produção local. A professora Adriana Alfani diz que a aula-show vai mostrar todo o processo de como é realizada a cerveja, desde o lúpulo até o produto final. "Na aula, teremos a participação de mestres cervejeiros, empresários, com intuito de trazer informações como um todo da cerveja especial do DF", pondera. Adriana reforça que seus alunos estão bastante empolgados e empenhados no projeto. 

O lúpulo é um dos principais ingredientes usados no preparo da cerveja. De acordo com o produtor da planta de forma orgânica, João Marcus, 26, o cerrado é um lugar que favorece o cultivo. "Conseguimos medalha em 3 das nossas 4 variedades na Copa Brasileira de Lúpulo 2023, que foi um marco importante para colocar o DF no mapa de produção do Brasil", pontua. O advogado explica que em outros países o lúpulo é produzido uma vez por ano, por causa do frio. No Brasil, as temperaturas permitem de 2 a 3 safras ao ano. "Quem prova acaba se apaixonando pelo universo de possibilidades e cada vez mais as pessoas se conscientizam de consumir bebidas locais e fortalecer o comércio da cidade", constata.

João recorda que no cenário brasileiro 99% do lúpulo é importado.  "O maior problema da importação é que o produto vem de safras antigas, de 1 a 4 anos, que já foram produzidos e perdem sua qualidade aromática", constata. O produtor alega que, com o aumento da produção nacional, a cervejaria consegue ter um lúpulo fresco, já que o material está disponível para o uso um mês após a colheita.

Colocando seus aprendizados em prática, a estudante de tecnologia em alimentos, Andressa Dantas, 22, diz que a experiência tem sido muito enriquecedora. "Nesse projeto temos a oportunidades de fazer um leque de sabores incrementando a bebida", alega. A moradora do Gama pontua que os alunos podem se desenvolver em diversas áreas do processo, desde a produção até a análise. "Eu acabei optando pela parte da produção, para acompanhar mais de perto o processo. Então, fui bem a fundo nesta questão", atesta. 

Glauber Carvalho, 45, diz é dono de uma cervejaria artesanal e avalia que os consumidores têm uma exigência alta, por isso é preciso manter o nível elevado. "Entendo que é muito necessário que seja realizado um trabalho de divulgação do cenário da cervejeira artesanal", revela.

O empresário entende que, além agregar valor, as cervejarias precisam ampliar o mercado. "O nosso método de produção foi premiado com prata na Copa Internacional de Porto Alegre em 2019, assim como a Brownilha (maturada com sementes de cumaru, que possui um sabor muito diferenciado) foi premiada com a medalha de Ouro em 2021 na Brasil Beer Cup, em Florianópolis", orgulha-se

Pesquisa 

Os alunos visitaram plantações de lúpulo do DF e tiveram experiências aplicadas com a colaboração de cervejeiras da cidade e de pesquisadores no laboratório de alimentos do IFB. Os critérios para a escolha das cervejeiras foram premiações recebidas; produções exclusivas e capacidade de inovação para contribuição no setor, inclusive considerando aspectos de economia criativa.

O evento de apresentação do estudo será documentado e ficará disponível a partir de segunda- feira (12/6) no site www.ifb.edu.br

*Estagiário sob a supervisão de Márcia Machado

Saiba Mais