O coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues, ex-comandante do Policiamento Regional (1° CPR) afirmou, nesta segunda-feira (5/6), que não soube da existência do relatório da inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF), elaborado às 18h de 6 de janeiro. Casimiro participou da reunião que elaborou o Plano de Ações Integradas (PAI) às vésperas do 8 de janeiro.
O oficial explicou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, da Câmara Legislativa (CLDF), que estava representando a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) na reunião, que ocorreu pela manhã, após ter sido enviado pelo comandante-geral da corporação, coronel Fábio Augusto Vieira.
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Na reunião, o coronel explicou que a PMDF não sabia o horário e nem o dia que ocorreria a manifestação de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Conforme noticiou o Correio em 31 de março, um relatório foi elaborado pela SSP-DF para assessorar o então secretário de segurança Anderson Torres na tomada de decisões. O documento alertou sobre a possibilidade de confronto naquele fim de semana. No entanto, o setor da inteligência não participou da reunião às vésperas dos atos.
“No sábado, não sabíamos o horário e nem o dia que ocorreria a manifestação. No sábado, a gente colocou 90 policiais lá (no acampamento do QG do Exército). Eu não sabia (do relatório). Naquele momento ali, (enviamos) daquele policial foi lá fazer ajuste, foi quando ocorreu a divulgação que ocorreria a manifestação na Esplanada. Até o momento, só estava chegando ônibus. Não sabíamos nem o dia e nem o horário”, disse.
CPI
O coronel é ouvido na tarde desta segunda-feira (5/6), na Câmara Legislativa. Casimiro é investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito que apura uma possível omissão de autoridades durante os atos de 8 de janeiro, que resultaram na invasão e depredação dos prédios públicos dos Três Poderes.
A tropa comandada pelo coronel possui seis unidades militares, entre elas o 6° Batalhão de Polícia Militar, responsável pela área da Esplanada dos Ministérios. Ele deixou o cargo após a segurança pública do DF entrar em intervenção.