Obituário

Morre Nagib Coury, um dos pioneiros de Brasília, aos 98 anos

Ele estava internado em um hospital particular desde a última terça-feira (30/5). O velório e sepultamento do pioneiro ocorrem neste domingo (4/6), na Asa Sul

Morreu nesse sábado (3/6), aos 98 anos, Nagib Coury, pioneiro de Brasília e auditor fiscal aposentado da Secretaria de Fazenda do Distrito Federal. De acordo com familiares, uma falência múltipla de órgãos — ocasionada por sepsemia — causou seu falecimento.

Coury estava internado na unidade de tratamento intensivo (UTI) do Hospital Santa Lúcia Sul. Segundo um dos três filhos do pioneiro, José Coury, durante a internação, seu pai precisou ser submetido a uma cirurgia para desobstrução da via urinária. “Mas o estado de saúde dele estava muito grave e houve falência dos rins, seguida dos outros órgãos”, lamentou. “Ele já havia sido desenganado em duas outras ocasiões recentes. Por isso, tínhamos esperança de que sairia dessa também”, desabafou José Coury.

De acordo com o filho, o pioneiro sempre foi muito tímido e reservado. “Ele encantava a todos com o seu jeito prestativo e acolhedor de ser”, afirmou. Nagib Coury deixa três filhos, seis netos e seis bisnetos. O velório do pioneiro ocorre neste domingo (4/6), a partir das 14h, na Capela 10 do Cemitério Campo da Esperança Asa Sul. O sepultamento será realizado às 16h30.

Perfil

Nascido em Formosa (GO), em 22 de setembro de 1924, Nagib Coury chegou a Brasília com a família em meados de 1959, quando a cidade ainda era um grande canteiro de obras. Formado na primeira turma de Farmácia da Universidade Federal de Goiás, trabalhou alguns anos como farmacêutico na cidade de Rubiataba (GO), onde conheceu sua primeira esposa, Ana Rodrigues Coury, mãe dos seus três filhos, Duílio, Brasil e José.

Apostou no sonho de JK e instalou sua farmácia, primeiro na chamada “Cidade Livre”, em 1959, e depois na área central de Taguatinga, em 1961. Em 1965, foi aprovado em concurso para os quadros do Governo do Distrito Federal e se aposentou em 1983 como auditor fiscal da Secretaria de Fazenda do DF.

Até hoje, de acordo com José Coury, ele conta com o carinho, respeito e admiração dos colegas remanescentes. “Meu pai sempre estendeu as mãos aos muitos familiares e amigos que, da mesma forma que ele, vieram tentar a sorte em Brasília nos primórdios da capital”, lembrou, orgulhoso. “Soube também, com maestria e enorme coração, encaminhar os três filhos, que, a partir do seu exemplo de luta, integridade e incentivo, foram bem sucedidos em suas áreas profissionais”, complementou.