Hoje, é comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente, celebração definida pela Organização das Nações Unidas (ONU) para servir de alerta à sociedade sobre a importância da preservação ambiental e dos recursos naturais. Com 63 anos, Brasília é rodeada de diferentes roteiros com pontos turísticos naturais — atrações imperdíveis, que revelam a beleza do Cerrado bem pertinho da área central.
A 17km do Plano Piloto, temos uma vista espetacular da Cachoeira do Urubu. Com trilha de oito minutos de caminhada, o local fica na comunidade do Córrego do Urubu, localizado no setor de chácaras do Lago Norte. De água cristalina, a cachoeira tem um rio que forma prainhas de areia fina e uma pequena cascata com áreas para banhos de sol e abundante vegetação nativa.
A queda d'água conta com pontos rasos para quem não sabe nadar e oferece diversas trilhas e locais próximos onde é possível ter uma vista panorâmica da cidade, sendo um dos roteiros mais atrativos para turistas.
Admirando a paisagem e contemplando a natureza na Cachoeira do Urubu, a reportagem encontrou o professor de educação física Davi Ramos, morador da região, ao lado de sua fiel companheira, a cadela Cajuína. Ele conta que, quando não está trabalhando, o local é seu porto seguro. Integrante do Grupo Guardiões da Cachoeira, ele diz que toda semana vai até o lugar recolher o lixo deixado pelos frequentadores nos finais de semana. "É impressionante como as pessoas conseguem deixar sujo um espaço desses, com toda essa beleza. Os visitantes jogam garrafas e latas de bebidas, restos de comida, cigarros, fraldas descartáveis, vários outros tipos de dejetos, e vão embora tranquilamente", reclama.
Davi tem no lugar um refúgio sagrado onde pode se conectar de forma gratuita com a natureza e trazer Cajuína para passear e tomar banho. Ao entrar no ambiente, ele diz sempre fazer um ritual: senta na beira da cachoeira, observa, contempla, respira o ar puro, faz uma oração e pede licença para entrar na água. "A gente vem da rua, de ambientes poluídos, sujos, com energias pesadas... Devemos ter, no mínimo, respeito, e pedir licença, para usufruir dessa riqueza natural. Precisamos cuidar desses espaços no meio ambiente, pois ele nos oferece tudo isso, sem pedir nada em troca, apenas respeito e cuidado", frisa.
Biodiversidade
O biólogo e ciclista Carlos Eduardo Aguiar, 37, morador do Guará, frequenta a Floresta Nacional (Flona) para pedalar sempre que pode e destaca a importância de preservar o ecossistema. "É um lugar muito querido e que tem várias importâncias, desde a biológica/ecológica até uma importância local", aponta. "Temos muitos grupos de pedal, corrida, caminhada e escoteiros aqui. Além disso, é um lugar muito único em biodiversidade", complementa.
O biólogo também fala sobre a relevância do Dia Mundial do Meio Ambiente. "É um dia para ser celebrado e relembrar a importância da conservação do meio ambiente", ressalta. "Tem que ser um dia de reflexão, mas também de ações. Não basta só lembrar os tratados internacionais, tem que ter ações e esse é um bom dia para isso", alerta Aguiar.
Desde cedo se aprende a importância de se preservar a natureza, e é no Grupo Escoteiro Roberto Simonsen que o estudante Henrique Nascente, 13, absorve todos os valores. Para o morador de Taguatinga — que é escoteiro há oito anos — a conservação do ecossistema é importante não só para a flora, mas para a fauna local. "É nossa vegetação nativa que está aqui (cerrado). Então, é muito importante a preservação, por conta das queimadas, desmatamento e outros tipos de ações humanas que atrapalham", destaca.
De acordo com o jovem, em todos os acampamentos que o grupo realiza fora da sede, utilizam normas de baixo impacto, conforme explica Nascente. "Se precisarmos de madeira, por exemplo, pegamos aquelas que caíram das árvores. A ideia é gastar a menor quantidade de recursos naturais possível", afirma. "Também tentamos fazer o mínimo de barulho possível, para não incomodar os animais", completa.
Água Mineral
O Parque Nacional de Brasília (PNB) é outro lugar de muita riqueza natural, que abriga as bacias dos córregos oriundos da represa Santa Maria, responsável pelo fornecimento de 25% da água potável que abastece o DF. O lugar surgiu juntamente com a criação de Brasília, em 1961, e conta com uma área de mais de 42 mil hectares, que tem o objetivo de proteger os rios que forneciam água potável para a cidade. Além disso, tem o objetivo de manter a vegetação em estado natural, contribuir para o equilíbrio das condições climáticas e evitar a erosão dos solos. A preservação de ecossistemas naturais, possibilita a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e de turismo ecológico. A área tem uma fauna rica em diversidade, com espécies raras ou ameaçadas de extinção. Quem caminha pelo local, pode se deparar com cobras, lobo-guará e outras espécies.
A principal atração do lugar são as duas piscinas de água corrente que levam grande público à Água Mineral, uma espécie de clube aberto à população. Os afloramentos do lençol freático e as minas d'água da época da construção de Brasília deram origem à piscina Pedreira (piscina velha), levando a uma crescente demanda para a construção de uma segunda área de recreação, que é a piscina Areal (piscina nova). Em meio aos banhistas, um grupo de macaquinhos vai sempre cuidar da recepção. Só é preciso tomar cuidado com as refeições, pois os animados bichinhos são astutos e famintos.
Parque da Cidade
O Parque da Cidade está localizado no meio da capital e é um dos maiores parques urbanos do mundo e o maior da América Latina, com 420 hectares. O espaço tradicional da população brasiliense possui um centro de lazer ao ar livre e oferece aos visitantes trilhas em meio as árvores nativas do Cerrado e um lago artificial repleto de peixes e patos.
Parque Olhos D'água
Localizado entre as Quadras 413 e 414 da Asa Norte, o Parque Olhos D'Água abriga uma grande biodiversidade, com uma flora rica em plantas nativas do Cerrado e por algumas árvores frutíferas como bananeiras, figueiras e mangueiras. No parque também existem espécies como peixes, aves, anfíbios, répteis e mamíferos, tais como as capivaras.
Existe, ainda, dentro do parque, a Lagoa do Sapo, abastecida por diversas nascentes e um riacho cortado por duas pequenas pontes dentro da reserva. O lugar oferece aos visitantes trilhas com acesso pelos bosques.
Lago Paranoá
O Lago Paranoá é uma das principais áreas de lazer da capital, com uma história que remonta às origens da construção. Com uma área de 48km² e profundidade máxima de 38m, oferece um amplo espaço para contemplação e atividades físicas e náuticas.
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