Com a finalidade de promover a participação da comunidade na preservação do patrimônio natural do país, a Semana Nacional do Meio Ambiente é comemorada entre os dias 5 e 9 de julho. Segundo o ambientalista Charles Dayler este é um momento de chamar a atenção da população em geral para a temática. "A ideia é concentrar em um curto espaço de tempo uma série de ações para falar do meio ambiente. Isso é importante para a conscientização", destaca.
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Nessa perspectiva, brasilienses vão à luta pela preservação da fauna e flora do cerrado. Realizando um trabalho pedagógico e ambiental há 20 anos, Edmi Moreira, 52, presidente do Instituto Eco Cerrado, ajudou no plantio de 190 mil plantas nativas do cerrado. "Sinto-me importante de poder mudar as ações de milhares de pessoas. Muitas delas começaram a trabalhar em nossos grupos e depois passaram a trilhar o próprio caminho, nessa luta", pondera. O gestor ambiental leva para as crianças das escolas públicas do DF atividades voltadas para a regeneração do cerrado. "O carinho e reconhecimento dessas crianças é o que nos motiva", pontua.
Edmi reforça a importância de falar sobre meio ambiente durante todos os dias do ano, assim como a necessidade de inserir mais projetos ambientais na grade curricular das escolas. "Nosso maior projeto é em Brazlândia, no parque ecológico Veredinha. Já plantamos 30 mil mudas na região, além do trabalho humanitário realizado", declara. O morador de Ceilândia lamenta a atual situação do Brasil em relação a preservação ambiental e cuidado com os biomas brasileiros. "Nós fazemos um trabalho voluntário, tenho muita admiração pelas pessoas que saem de suas casas para realizar essas ações. Sem nada em troca, apenas amor e ajudar o planeta", frisa.
Atuando na organização de mutirões voltados para a preservação do cerrado, o socioambientalista Thiago Ávila, 36, iniciou-se na luta pelo meio ambiente há 18 anos. "Conheci uma aldeia indígena na Bolívia e comunidades camponesas no sudoeste do Paraná. Lá percebi que os ecossistemas na Terra estavam entrando em colapso por conta de uma lógica que coloca o lucro acima da vida das pessoas e da natureza", observa. O morador do Plano Piloto acredita que a sociedade tem a missão de deter o desastre ambiental pensando nas futuras gerações. "Considero muito importante a gente trabalhar a educação ambiental em todas as fases da vida. Para que as pessoas compreendam o papel que desempenham enquanto parte da natureza", salienta.
O ambientalista realiza ações na defesa e demarcação das terras indígenas e leciona aulas de educação ambiental nas cidades, no campo e na floresta. "Decidi me somar a essa missão de construir uma forma social de relação harmônica com a natureza, da qual a gente é parte", aponta. O ativista diz que sua motivação atualmente é deter o desastre ambiental planetário e construir uma relação harmônica com a natureza.
Conhecido como guardião do meio ambiente, Antônio Moura e Vasconcelos, 58,desempenha um trabalho voluntário em prol da recuperação da natureza no Ribeirão Sobradinho Vivo através do projeto RRP Moura. "Comecei o projeto de revitalização, reciclagem e preservação dessa área sozinho, e recentemente consegui ajuda de colaboradores voluntários", esclarece. Antônio conta que em toda sua trajetória já plantou mais de 6 mil mudas de plantas na região. "No início era apenas um hobby, mas depois se tornou uma preocupação com o meio ambiente. E amor e preservação ao nosso Ribeirão Sobradinho", revela.
O morador de Sobradinho conta que as famílias levam seus filhos até o local para brincarem e ter contato com a natureza. "Nosso lema é fazer uma criança feliz plantando árvores, devemos transmitir o conhecimento aos mais jovens para que saibam a importância de preservar a natureza", diz. Antônio espera que suas ações feitas no projeto inspirem outras pessoas a trilharem o mesmo caminho, "A água que sai do Ribeirão Sobradinho passa por diversos flumes até chegar no Rio da Prata na Argentina. Por isso temos tanto carinho pelo ribeirão", revela.
Ao promover a conscientização da importância ecológica e social do cerrado, por meio da educação socioambiental, o vice- diretor da associação A Vida no Cerrado (AVINC), Bruno Eduardo busca ser uma voz ativa na defesa do bioma. "Acredito firmemente que a educação é uma poderosa ferramenta de transformação social. Buscamos sensibilizar a população sobre a importância vital da conservação do Cerrado", reforça. O biólogo iniciou sua atuação na área ambiental na universidade, "Cursei um programa acadêmico focado especificamente na temática ambiental, o que me proporcionou a oportunidade de colaborar em projetos de pesquisa da universidade com ênfase na conservação da biodiversidade", explica.
Para Bruno, a questão da proteção ambiental é, muitas vezes, negligenciada pelo poder público e a maioria da população. "Ao me envolver com cuidado do meio ambiente, percebi que cada indivíduo tem o poder de fazer a diferença. Ninguém se preocupa em proteger aquilo que não conhece. Portanto, um dos nossos princípios fundamentais é: conhecer para conservar", constata.
*Estagiário sob a supervisão de Márcia Machado
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