O ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, reagiu à declaração do secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, que afirmou que Heleno entregou um GSI contaminado ao seu sucessor, o general G. Dias.
“Lamento que o dr. Cappeli conhece tão pouco do GSI. Ele realmente não conhece nada, e a acusação que ele faz é totalmente infundada (...) a verdade é que o Cappelli não conhece nada. Eu recebi o GSI do governo Temer muito bem estruturado”, disse.
“Mexi muito pouco, e mantive todo o0 pessoal, boa parte do governo Dilma, e coloquei pouquíssimos amigos meus, que eu conhecia (no GSI). A grande maioria do GSI é de militares e jamais fiz qualquer comentário político (...) nunca conversei sobre política com os meus colaboradores. Não tinha com eles essa conversa, porque sabia que ali era uma atitude funcional, que não podia ser maculada por nenhum contorno político. Lamento que o senhor Cappelli seja tão mal informado em relação ao GSI”, completou.
A declaração de Cappelli ocorreu em entrevista ao portal Congresso em Foco, quando Cappelli declarou que Heleno entregou o GSI contaminado. O ex-interventor federal ocupou o cargo após a saída de G.Dias.
Saga entre Heleno e CPI
A saga entre CPI e Heleno teve início em março, quando o general, que era convidado, informou à CPI que estaria de viagem no dia do depoimento, e pediu para que a oitiva dele fosse antecipada. O depoimento de Heleno foi considerado importante para a comissão, que concordou. No entanto, um dia antes do depoimento, o general avisou que foi orientado por apoiadores a não colocar “gasolina” nos ânimos, e por isso não compareceria. O “blefe” do braço direito de Bolsonaro enfureceu integrantes da CPI.
Os distritais, então, aprovaram uma nova convocação, não só de Heleno, mas de outros dois generais. No entanto, o Exército decidiu entrar em cena e propôs um acordo com a CLDF para que essas convocações fossem transformadas em convites. Convidados não são obrigados a comparecer.
Em troca, o Exército garantiria a presença de todos os generais que fossem alvos de pedidos da CPI. O pedido do Exército teria sido encaminhado pelo comandante Tomás Miguel Ribeiro Paiva.