Pessoas com menos de 80 anos que já sofreram com catapora — ou seja, mais da metade da população — apresentam risco de ter herpes zóster. É o que explica a infectologista Fabíola Setúbal. A especialista foi a convidada da edição de hoje (29/6) do CB Saúde, programa realizado por meio de parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília. Em entrevista a Carmen Souza, a profissional do HRAN e da clínica Master Vitta detalhou as características e complicações dessa doença. que apresentou 35% mais ocorrências durante o período pandêmico de Covid-19. Ela também deu orientações sobre formas de evitar o problema e avaliou o cenário de vacinação.
A herpes zóster, também chamada de varicela-zóster, é uma doença semelhante à herpes labial e genital, porém, ela pode acarretar em quadros e complicações de gravidade maior, podendo levar a óbito. Fabíola Setúbal reconhece que existiu alta nas incidências. Segundo explicou, essa realidade “desperta uma curiosidade maior entre a população, que com certeza quer saber mais para poder se prevenir”.
Coronavírus
Sobre o crescimento de casos durante a pandemia, a infectologista avaliou que o coronavírus pode ter sido "um fator importante nesse aumento porque trouxe um adoecimento, tanto físico, quanto mental para a população". "A gente sabe que o herpes zóster aparece quando o paciente está mais estressado, com uma diminuição da imunidade”, ressaltou Fabíola.
Os sintomas da herpes zóster incluem dores, formigamento, febre e mal-estar, podendo evoluir para estágios mais críticos, que incidem até mesmo em quadros de cegueira e surdez. Essa tendência é chamada de neurotropismo, característica que a especialista explicou ser uma predileção em atacar nervos sensitivos. “A doença pode, sim, acometer qualquer nervo, inclusive o nervo oftalmológico e o nervo auditivo. Quando são acometidos nervos dessa forma é possível que sejam observadas complicações bem graves, como perda da visão, encefalite e perda da audição”, detalhou.
No momento, segundo a médica, a vacinação é uma das formas de combater a enfermidade. No entanto, as doses são aplicadas apenas na rede privada de saúde, mesmo para a composição mais recente da vacina. “Existia uma restrição com relação à vacina anterior, para que pessoas com imunidade prejudicada, pessoas com distúrbios imunológicos importantes, em quimioterapia ou com leucemia, não recebessem, essa vacina", afirmou. "Felizmente, o imunizante que temos disponível hoje também contempla esse grupo”, acrescentou. Fabíola recomendou a todos a adoção de um estilo de vida saudável, com controle dos níveis de estresse e vigilância da saúde do sistema imunológico.
* Estagiário sob supervisão de Hylda Cavalcanti
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