Os acusados de tentar explodir um caminhão-tanque no Aeroporto de Brasília, às vésperas do Natal do ano passado, George Washington de Oliveira Sousa, de 54 anos, e Alan Diego dos Santos, 32, serão ouvidos nesta quinta-feira (29/6), às 9h, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa (CLDF). A oitiva da dupla é a última dos distritais antes do recesso parlamentar.
A estratégia adotada pelos distritais é começar os depoimentos mais cedo, para que não seja tão exaustiva para os parlamentares. George e Alan já estão liberados e serão levados, com escolta policial, à CLDF. Conforme ressaltado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ambos terão garantido o direito ao silêncio — e a expectativa dos distritais é que eles façam uso desse direito, assim como ocorreu com o próprio George na CPMI do 8 de janeiro, no Congresso Nacional, em 22 de junho.
Ambos já estão condenados no processo, que tramita no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT). No entanto, apresentaram recurso da sentença.
General na mira
Antes dos distritais ouvirem a dupla, um requerimento do deputado Hermeto (MDB) pedindo o convite do general Carlos José Russo Assumpção Penteado, ex-secretário-executivo do Gabinete de Segurança Institucional dos ex-ministros e generais Augusto Heleno e Gonçalves Dias, deve ser aprovado.
Penteado entrou no radar da CPI após ser citado pelo ex-chefe do GSI, G. Dias, em depoimento à CLDF. O general foi um dos remanescentes do governo Bolsonaro no GSI, e teria dito que estava “tudo tranquilo” no Palácio do Planalto durante os atos de 8 de janeiro. Segundo G. Dias, ao questionar o motivo pelo qual não havia um bloqueio em frente ao Planalto, ele não soube responder.
“Por volta das 14h, inquieto e preocupado, pois assistia pela TV as manifestações e elas não batiam com o clima de controle que me havia sido descrito, decidi ligar para o celular do general Penteado. Era o meu secretário-executivo no GSI, general Carlos José Assumpção Penteado, que havia ocupado o mesmo cargo na gestão do meu antecessor, o Augusto Heleno”, disse, à época, aos distritais.
“Perguntei a ele por qual motivo o bloqueio da frente do Palácio do Planalto, que deveria ter sido feito pela Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), não havia sido montado. Aquele era o bloqueio do Plano Escudo do Planalto e tinha de estar montado. Não estava. Inclusive, cobrei dele, com um palavrão, o motivo de não ter sido montado. O general Penteado não deu resposta à minha pergunta. Saiu para montar o bloqueio de proteção, porque dei a ordem”, completou G. Dias.
O ex-GSI foi questionado, então, porque manteve Penteado no próprio governo. Respondeu que confia no Exército, por ser uma instituição do Estado e não de governo. No entanto, disse posteriormente que não deveria ter mantido o número dois do seu sucessor, general Augusto Heleno.
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