Celebração

Um dos cartões postais de Brasília, Igrejinha celebra 65 anos

Primeiro templo religioso construído em Brasília, Igreja Nossa Senhora de Fátima comemorou aniversário, ontem, com duas missas. Fiéis destacam sensação de acolhimento no local, com azulejos de Athos Bulcão

Pedro Marra
postado em 29/06/2023 09:40 / atualizado em 29/06/2023 09:51
Duas missas celebraram a data de aniversário da capela, frequentada por pessoas de todo o DF -  (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Duas missas celebraram a data de aniversário da capela, frequentada por pessoas de todo o DF - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

Símbolo da fé católica e primeiro templo religioso a ser erguido em Brasília, em 28 de junho de 1958, a Igreja Nossa Senhora de Fátima — conhecida carinhosamente como Igrejinha —, reuniu fiéis em duas missas ontem para celebrar os 65 anos de fundação. Cartão postal da cidade, a capela projetada por Oscar Niemeyer e famosa pelos azulejos de Athos Bulcão está erguida graças a devotos como Osíris Passos, 85 anos, morador da 108 Sul. O então servidor público foi voluntário como servente de obra na construção. "Moro aqui desde 1963. Para Brasília, a Igrejinha é o máximo, porque não tem outra coisa igual com essa simplicidade", comenta o aposentado.

Todo o DF

De manhã, o frei Clézio Menezes, há seis anos ministro provincial da Província Nossa Senhora de Fátima do Brasil Central, realizou uma missa junto do pároco Frei Reinaldo e do Frei Onil. Apesar de localizada no centro do Distrito Federal, a Igrejinha recebe fiéis de fora do Plano Piloto, característica que o frei considera marcante. "Mais do que um carinho pela estrutura, é um carinho de mãe, como Maria, mãe de Jesus. As pessoas vêm participar porque encontram esse sentimento afetivo, pois ela é pequena e acolhedora", afirma.

  • Seu Osíris trabalhou como voluntário na construção Fotos: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
  • Conhecida pelo seu traçado, capela é frequentada diariamente por moradores de todo o Distrito Federal Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
  • "Pessoas têm afeto pelo local", diz frei Clézio Marcelo Ferreira/CB/D.A Press

Um exemplo de devoção à Igrejinha é a moradora de Ceilândia Sul Alfredina Caetano de Moura, 75 anos, que não levou em conta os 30 quilômetros de distância e foi até a capela de metrô para acompanhar a missa das 18h30. "É muito importante vir aqui porque é mais silencioso e consigo ficar mais à vontade", diz.

Tombamento

A capela foi projetada por Oscar Niemeyer e tombada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como patrimônio cultural nacional em 1987. A laje faz referência aos chapéus usados por freiras e os azulejos de Athos Bulcão simbolizam a descida do Espírito Santo e a Estrela da Natividade. Há 28 anos como ministra da capela, a aposentada Maria de Lourdes Boaventura de Barros, 61 anos, admira a arquitetura semanalmente durante as missas.

Ela destaca que o espaço, na sua pequenez, cativa e acolhe paroquianos e peregrinos que passam pela casa da mãe de Deus. "Lembro com carinho da primeira Caminhada Mariana do Gama até aqui a pé, em 2013", no último domingo de maio de 2013. Saímos de lá às 21h e chegamos na Igrejinha às 6h. Vi aquela missa cheia e me marcou tanto que passei a vir todos os anos pela caminhada", emociona-se.

 

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