Símbolo da fé católica e primeiro templo religioso a ser erguido em Brasília, em 28 de junho de 1958, a Igreja Nossa Senhora de Fátima — conhecida carinhosamente como Igrejinha —, reuniu fiéis em duas missas ontem para celebrar os 65 anos de fundação. Cartão postal da cidade, a capela projetada por Oscar Niemeyer e famosa pelos azulejos de Athos Bulcão está erguida graças a devotos como Osíris Passos, 85 anos, morador da 108 Sul. O então servidor público foi voluntário como servente de obra na construção. "Moro aqui desde 1963. Para Brasília, a Igrejinha é o máximo, porque não tem outra coisa igual com essa simplicidade", comenta o aposentado.
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De manhã, o frei Clézio Menezes, há seis anos ministro provincial da Província Nossa Senhora de Fátima do Brasil Central, realizou uma missa junto do pároco Frei Reinaldo e do Frei Onil. Apesar de localizada no centro do Distrito Federal, a Igrejinha recebe fiéis de fora do Plano Piloto, característica que o frei considera marcante. "Mais do que um carinho pela estrutura, é um carinho de mãe, como Maria, mãe de Jesus. As pessoas vêm participar porque encontram esse sentimento afetivo, pois ela é pequena e acolhedora", afirma.
Um exemplo de devoção à Igrejinha é a moradora de Ceilândia Sul Alfredina Caetano de Moura, 75 anos, que não levou em conta os 30 quilômetros de distância e foi até a capela de metrô para acompanhar a missa das 18h30. "É muito importante vir aqui porque é mais silencioso e consigo ficar mais à vontade", diz.
Tombamento
A capela foi projetada por Oscar Niemeyer e tombada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como patrimônio cultural nacional em 1987. A laje faz referência aos chapéus usados por freiras e os azulejos de Athos Bulcão simbolizam a descida do Espírito Santo e a Estrela da Natividade. Há 28 anos como ministra da capela, a aposentada Maria de Lourdes Boaventura de Barros, 61 anos, admira a arquitetura semanalmente durante as missas.
Ela destaca que o espaço, na sua pequenez, cativa e acolhe paroquianos e peregrinos que passam pela casa da mãe de Deus. "Lembro com carinho da primeira Caminhada Mariana do Gama até aqui a pé, em 2013", no último domingo de maio de 2013. Saímos de lá às 21h e chegamos na Igrejinha às 6h. Vi aquela missa cheia e me marcou tanto que passei a vir todos os anos pela caminhada", emociona-se.
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