Com menos da metade do ano corrido, os casos de feminicídios registrados em 2023 no Distrito Federal superaram todo o ano passado. A capital do país apresenta um cenário alarmante de atentados contra a vida das mulheres. Para a secretária da Mulher do DF, Giselle Ferreira, a unidade da Federação vive uma uma crise epidêmica de violência de gênero. A análise foi feita em entrevista ao jornalista Carlos Alexandre Souza, durante o programa CB. Poder — uma parceria entre o Correio e a TV Brasília. Nela, a chefe da pasta falou sobre a criação de dispositivos de combate aos feminicídios e o trabalho da Casa da Mulher Brasileira, além importância da educação para a extinção dessas práticas desumanas.
Para combater o perigo constante as mulheres, a secretária destaca a informação como um instrumento útil encorajar a denúncia e inibir a ação de agressores por garantir a mulher que existe uma forma de fuga à situação de abuso, “o bandido que está dentro de casa, onde é difícil para um polícia entrar. Por isso, precisamos que a mulher que sente vulnerável procure ajuda. Cerca de 70% das vítimas de feminicídio não procuraram ajuda. É importante a gente falar que a mulher não está sozinha”, afirma.
Giselle ainda relembra que o feminicídio é a manifestação mais extrema de violência de gênero, a qual se manifesta também em traumas. Para o combate de agressões em todas as suas instâncias, a professora reforma a Casa da Mulher Brasileira como um local que mulheres busquem orientação, “a Casa da Mulher Brasileira tem uma unidade em Ceilândia. Lá tem uma casa de passagem em que se pode levar os filhos, tem brinquedoteca, além de atendimento psicológico psicossocial”. A Casa funciona 24 horas por dia e atende pelo telefone 180 e pelo Whatsapp 61 9610-0180, não há necessidade de agendamento.
Para a secretária, o poder público precisa agir contra a violência misógina com medidas protetivas emergenciais, o fortalecimento dos equipamentos públicos que atendem essas demandas e, a longo prazo, formar uma mentalidade nas gerações futuras. “Nós mães temos que cuidar é criar os meninos e as meninas da mesma forma. O menino não tem posse sobre a menina. Se ela não quiser nada com ele, a gente tem que explicar que ele deve partir para outra”, reflete Giselle a respeito das relações entre homens e mulheres.
Em um realidade de medo constante, a secretária da Mulher no DF reitera que mulheres não deem “segundas chances” aos homens que se mostram violentos e também insiste que confiem na funcionalidade de equipamentos públicos, “a violência começa com palavras, com um empurrão, até ir para a agressão. Então, saia dessa violência, saia desse ambiente. Você não está sozinha”, conclui Giselle.
*Estagiário sob supervisão de Suzano Almeida
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