A Acadêmicos da Asa Norte é a grande campeã do grupo especial do Carnaval 2023 do Distrito Federal, desfilando com o enredo Mulheres pretas do Brasil. Esse é o quarto título seguido da agremiação, o primeiro após nove anos sem apresentações no DF.
- Segunda noite de desfiles de escolas de samba abrilhanta centro da capital
- Unidos de Vicente Pires é a campeã do grupo de acesso do carnaval do DF
Os desfiles ocorreram em dois dias, no Sambódromo Marcelo Sena, no Eixo Cultural Ibero-Americano, em Brasília. Sob os olhares dos 27 jurados que analisaram nove quesitos, a Acadêmicos foi a última escola a ir para a avenida. Detentora dos últimos três títulos do carnaval do DF, a escola agora colocou de vez o seu nome na história da capital com o oitavo troféu nos seus 54 anos de existência.
"Esperamos que seja uma retomada de verdade. Estávamos nesse embalo de promessa do governo local há oito anos, e, finalmente, saiu do papel. Seriam oito títulos para a gente, mas faz parte. No entanto, se teve Carnaval, é graças a equipe da pasta de agora. Fora que a nossa escola deu um show na avenida, com um enredo fantástico mostrando as mulheres pretas do nosso país. Se o meu time, o Vasco, não ganha, eu sou obrigado a ganhar", brincou o presidente da escola, Jansen de Mello.
O diretor de cultura da Acadêmicos da Asa Norte, José Roberto Mendes do Amaral, elogiou não só a escola dele, mas as rivais, que decidiram colocar os carros e participantes para desfilar após nove anos sem desfiles no DF. "Só em voltar a desfilar foi muito emocionante. Todas as escolas se inspiraram e vieram com muita força para a avenida. Nós tivemos a felicidade de trazer um enredo muito atual, que é as mulheres pretas do Brasil. O enredo é tão importante, porque quando a sociedade absorve e compra a história que contamos na avenida, a empolgação é gigante. Foi isso que fizemos", disse.
"Foram muitos dias, meses, de luta. Todo o material e as fantasias foram daqui. Os nossos participantes, com o mestre-sala e porta-bandeira foram da nossa cidade, a Asa Norte. É muito emocionante, mesmo, comemorar esse tetracampeonato. Esperamos que possam vir mais desfiles, e que seja algo permanente. Toda a nossa cidade agradece", completou.
Para levar o título, a agremiação colocou dois carros alegóricos, seis alas e um tripé, com a animação ficando por conta dos 400 integrantes e dos três casais de mestre-sala e porta-bandeira. Diferente das concorrentes, a Acadêmicos da Asa Norte não tomou nenhuma penalidade. A escola em seu enredo contou a história de mulheres que se destacam na história do Brasil, além da mulher simples e trabalhadora.
Além da campeã, que totalizou 268.10 pontos, o pódio foi completado pela Águia Imperial de Ceilândia, com o enredo África, berço das humanidades e do conhecimento, com 267.20. Em terceiro, ficou a Unidos do Cruzeiro, a Aruc, com 267.10. A escola quase não saiu após problemas com o carro alegórico na semana anterior.
Os compositores do samba vencedor foram Diego Nicolau, Juninho Sambista, Tem-Tem Jr, Marcus Lopes, Marcelinho Santos, Richard Valença, Valtinho Botafogo, Romeu Almeida, Yago Pontes, Issac Sousa e Junior Fionda.
Já a União da Vila Planalto foi a rebaixada para o grupo de acesso.
Unidos de Vicente Pires conquista topo do grupo de acesso
Já no grupo de acesso, a Unidos da Vicente Pires levou o título e estará pela primeira vez na elite do próximo carnaval. A agremiação ganhou com a diferença de um décimo para a segunda colocada, a Capela Imperial de Taguatinga — que contou com a participação do deputado distrital Gabriel Magno (PT) e da deputada federal Erika Kokay (PT). Enquanto a primeira ganhou nota 268.10, a escola de Taguatinga ficou com 268. Completou o pódio a Unidos do Varjão, marcando 266.90.
Com o enredo D'Oxum - Ora yê yê ô pra vencer a dor, Unidos da Vicente Pires levou para a avenida, também, homenagem às mulheres. A força feminina foi destaque no samba, com com o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Sidclei Santos e Marcella Alves, que pediram licença da Salgueiro — escola de samba do Rio de Janeiro — para desfilarem pela escola brasiliense.
O intérprete da escola foi Wantuir Oliveira. Os compositores do samba é Diego Nicolau, Dilson Marimba e Luciano Ibiapina.
Leia o samba da campeã
"Odoyá, epahey, Iêiêô,
Saluba Yá ê mamãe, ê Yá, ê Yá
A Asa Norte destina a tua sorte
Na proteção de Yabá
Sou eu! Eterna ébano de África
Sou eu, sou eu! Seio da vida em dádiva
Entrego a minha voz... À eloquente, valentia
Verbo que desafia o algoz...
Herdeira da espada feminina
Negreiro mar, Nem a escrava chegança
Onde a chibata canta, poderá me acorrentar
No ventre, dinastia... realeza
Pele preta brasileira és a guerreira do povo que vem de lá
Sou o pranto do tumbeiro
Rebeldia de uma raça
oceano inteiro,o destino na cabaça
Ventania em liberdade
a chama acesa no breu
Oi gira a saia, girou, Axé sou eu
Do batuque dos tantãs ôôô
Tambor de tamarineira êe laia
Rendas e balangandãs
Senhoras dos amanhãs
Preta Veia rezadeira
Os acordes da magia no xirê de Olodumarê… A força do orixá, o dom de sobreviver
Na luz de Ciata, Dandara, “esperança”
“Soares” por Elza a nossa herança
Por nós, Marielles, Benguelas
É quilombo, é favela, Salve elas"
Saiba Mais
- Diversão e Arte Taylor Swift pede que fãs sejam gentis após voltar a cantar "Dear John"
- Diversão e Arte Jake Leal, do BBB 12, diz que mãe está desaparecida há dois meses
- Diversão e Arte Neto de Pelé vai a hospital por gripe e quase entra em coma
- Diversão e Arte Wesley Safadão é vaiado durante encerramento do São João na Paraíba
%MCEPASTEBIN%
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.
Samba da campeã
"Odoyá, epahey, Iêiêô,
Saluba Yá ê mamãe, ê Yá, ê Yá
A Asa Norte destina a tua sorte
Na proteção de Yabá
Sou eu! Eterna ébano de África
Sou eu, sou eu! Seio da vida em dádiva
Entrego a minha voz... À eloquente, valentia
Verbo que desafia o algoz...
Herdeira da espada feminina
Negreiro mar, Nem a escrava chegança
Onde a chibata canta, poderá me acorrentar
No ventre, dinastia... realeza
Pele preta brasileira és a guerreira do povo que vem de lá
Sou o pranto do tumbeiro
Rebeldia de uma raça
oceano inteiro,o destino na cabaça
Ventania em liberdade
a chama acesa no breu
Oi gira a saia, girou, Axé sou eu
Do batuque dos tantãs ôôô
Tambor de tamarineira êe laia
Rendas e balangandãs
Senhoras dos amanhãs
Preta Veia rezadeira
Os acordes da magia no xirê de Olodumarê… A força do orixá, o dom de sobreviver
Na luz de Ciata, Dandara, “esperança”
“Soares” por Elza a nossa herança
Por nós, Marielles, Benguelas
É quilombo, é favela, Salve elas"