O general G. Dias, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), explicou à CPI dos Atos Antidemocráticos, da Câmara Legislativa (CLDF), que não foi conivente com a invasão ao Palácio do Planalto, em 8 de janeiro. Ele considerou, também, as imagens vazadas dele dentro do Planalto como “imprecisas” e “desconexas”.
“Existe uma narrativa de que eu facilitei, ou deixei por facilitar (a invasão no Planalto). Naquela imagem de um major servindo água, e eu do lado. A imagem foi gravada às 15h59, e a minha foi às 16h30. A defasagem foi de 30 minutos. Eu não estava junto dele. Eu não servi água. Eu não fui conivente com o que estava acontecendo”, disse. “Todo o quarto andar foi preservado. Toda a sala do presidente Lula foi preservada. Com as ordens que eu dei, todo o gabinete pessoal do presidente foi preservado. Foram 182 prisões e não teve mortes”, disse o general.
Antes, G. Dias falou sobre sua carreira dentro do Exército e explicou que defendeu o Planalto no 8 de janeiro. As imagens do ex-chefe nos atos foram divulgadas pela CNN Brasil. “Em 2022, fui convidado para assumir o GSI, tomando posse em 1° de janeiro. Eu pedi afastamento em 19 de abril. Eu saí por causa da divulgação imprecisa e desconexa de vídeos gravados no interior do Palácio do Planalto, em 8 de janeiro. Naquele dia, foram cometidas agressões impensáveis à democracia brasileira (...) No dia 8, defendi o palácio presidencial no meio de um levante antidemocrático”, disse o general.
Em seguida, o ex-chefe do GSI explicou que, para entender o 8 de janeiro, é preciso retornar ao tempo. Ele contou aos distritais que, nos Protocolo de Ações Integradas (PAIs) anteriores, como o do 1° de janeiro, da posse presidencial, e do 7 de Setembro de 2022, por exemplo, o GSI foi convidado para a confecção do documento. Em 8 de janeiro, não ocorreu.
Questionado se o ex-secretário Anderson Torres e a subsecretaria de Operações da Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF) são responsáveis pelos atos, G. Dias disse que o GSI não foi convidado para a confecção do documento.
CPI
O ex-GSI do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seria ouvido na manhã de quinta-feira (15/6) passada, mas pediu adiamento da oitiva dias antes. Na justificativa, disse ao presidente da CPI, deputado Chico Vigilante (PT), que pretendia prestar um depoimento robusto, mas que, para isso, queria comprovar que não falsificou documentos, conforme noticiado pelo Correio no início do mês.
Após o depoimento de G. Dias, a CPI entrará na última semana de atividades antes do recesso parlamentar. Em 29 de junho, o acusado de tentar explodir uma bomba no Aeroporto de Brasília, em dezembro passado, Alan Diego dos Santos, será ouvido.
Para que os trâmites de depoentes presos seja facilitado, a CPI ingressou com um pedido ao ministro Alexandre de Moraes, que acatou e liberou a presença de policiais militares, além do ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid.
Além da CPI da CLDF, G. Dias é convocado para prestar depoimento na CPMI de 8 de janeiro.
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