SAÚDE SEXUAL /

DF tem 13 mil casos de pessoas com HIV

Dados da Secretaria de Saúde mostram que população com maior índice de infecção tem entre 30 e 39 anos. Tratamento pode ser realizado nas unidades de saúde de todo o Distrito Federal

João Carlos Silva*
postado em 21/06/2023 05:45
 (crédito: Freepik/jcomp)
(crédito: Freepik/jcomp)

Dados da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) apontam que na capital federal cerca de 13.250 pessoas estão em tratamento contra o HIV e Aids nas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Os dados são da Subsecretaria de Vigilância da Saúde do DF, que elencou as principais infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), entre elas a sífilis e as hepatites B e C. Todo o trabalho de combate as essas enfermidades é desenvolvido com prevenção e vacinação, para aquelas que podem ser imunizadas.

Segundo informações do último boletim epidemiológico feito pelo Secretaria de Saúde, divulgado em dezembro de 2022, 93% dos pacientes em terapia antirretroviral, tratamento que impede o desenvolvimento do HIV no organismo de infectados, apresentaram carga viral de nível indetectável em relação ao padrão nacional. A ocorrência de infecções predomina entre pessoas de 30 a 39 anos, em indivíduos da cor branca.

O programa de combate ao HIV e a Aids disponibiliza os medicamentos antirretrovirais com base no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para HIV para pacientes com o vírus do HIV, além de medicação profilática. São eles:A Profilaxia Pós-Exposição (PEP) usa um coquetel de medicamentos preventivos de urgência que devem ser usados após qualquer situação em que haja risco de contágio por HIV, hepatites virais e outras ISTs. O uso da medicação é recomendado logo nas primeiras duas horas após a exposição à infecções e no máximo 72 horas depois da situação de risco. A duração da PEP é de 28 dias e o tratamento deve ser acompanhado por uma equipe de saúde.

Por sua vez, a Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP) faz parte das condutas preventivas ao vírus da imunodeficiência. Ela se utiliza de medicamentos que reduzem as chances de contrair a doença, além da testagem regular, uso de preservativos, tratamento antirretroviral e imunizações.

Cuidados com a sífilis 

Diferentemente do HIV, a sífilis é uma IST curável, no entanto, ela vem se fortalecendo na região do DF nos últimos anos. A doença em sua fase primária é reconhecível pelas feridas na região do pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca e outros locais da pele. Podendo evoluir para cicatrizes e manchas, com possibilidade de quadro febril, dores pelo corpo e mal-estar. Em sua forma mais grave, a enfermidade pode se desenvolver até 40 anos após a infecção, a sífilis terciária gera lesões na pele, ossos, além de comprometer o sistema cardiovascular e neurológico, com risco de morte.

Para combater os casos de sífilis, a Secretaria de Saúde informa que "as unidades básicas de saúde são a porta de entrada para o atendimento na rede pública". O tratamento da infecção é baseado na aplicação de penicilina benzetacil, disponível nas UBS. Quando a detecção é em gestantes, o tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível, com o medicamento. Somente o uso da penicilina benzatina impede a transmissão da doença para o bebê.

Proteção contra HPV

A principal medida preventiva para o HPV é a vacinação, disponibilizada em unidades do SUS. O primeiro semestre deste ano apresentou cobertura vacinal abaixo da média estipulada pelo Ministério da Saúde, que previa vacinação de 80%. O papilomavírus pode acarretar no aparecimento de verrugas genitais, além do desenvolvimento de câncer no útero, ânus, vulva, vagina, pênis e garganta.

A vacina distribuída pelo SUS é indicada para meninas e meninos de 9 a 14 anos e segue o esquema de duas doses. Para os adolescentes que receberem a primeira dose dessa vacina nessas idades, é possível tomar a segunda dose mesmo se os seis meses de intervalo forem ultrapassados. Adultos que vivem com HIV, transplantados de órgãos sólidos (coração, pulmão, rim, pâncreas e fígado), de medula óssea ou pacientes oncológicos na faixa etária de 9 a 45 anos, o esquema vacinal é de três doses. A vacina previne as infecções dos tipos mais frequentes de HPV.

O exame de prevenção mais utilizado por especialistas é o Papanicolau. Ele serve para detectar células anormais no revestimento do colo do útero, que podem ser tratadas antes de se tornarem um câncer. Apesar de não detectar a presença do vírus, o exame ainda é o melhor método para detectar câncer de colo do útero e suas lesões precursoras. Com a detecção precoce dos sinais que antecedem o câncer, é possível prevenir 100% dos casos. 

Prevenção 

A Secretaria de Educação do DF explica que o tema de ISTs faz parte dos conteúdos do Ensino Fundamental em escolas da rede pública. "Os professores têm autonomia para desenvolver o assunto de forma integrada e transversal, de acordo com a série, perfil e demanda da unidade escolar em que atuam", afirma a nota.

Os temas a respeito da saúde sexual são trabalhados na escola com parte da disciplina de Ciências da Natureza, em que os alunos são orientados quanto aos aspectos "dinâmico e articulado que envolve a saúde individual e coletiva", segundo Currículo em Movimento da Educação Básica, documento de direcionamento a prática de ensino.

*Estagiário sob a supervisão de Suzano Almeida

 

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