A CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa (CLDF) – cujos trabalhos estão sendo realizados desde janeiro – e a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Congresso – instalada há poucas semanas – devem "assombrar" o meio político da capital, até que acabem. A avaliação foi feita pelo deputado distrital Ricardo Vale (PT), vice-presidente da CLDF, ao CB.Poder — programa realizado conjuntamente entre o Correio e a TV Brasília — nesta sexta-feira (16/6). O parlamentar foi entrevistado pelo jornalista Vinicius Dória e discorreu sobre as consequências do 8 de janeiro para a política local, bem como o andamento das atividades do Legislativo distrital no primeiro semestre.
Para Vale, a constante cobrança de respostas sobre os atos antidemocráticos demandará esforços por parte de toda a classe política, inclusive do governador Ibaneis Rocha (MDB) . "Há pessoas do Exército, da Polícia Militar (PMDF) e do próprio governo que têm uma responsabilidade muito grande [no sentido de se esforçarem] para tentar elucidar o que aconteceu. Evidentemente que não só o governador (em função da CPI e da CPMI), mas toda a classe política fica apreensiva”, explicou.
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Por conta disso, a expectativa do parlamentar é de que a CPI dos atos golpistas da CLDF passe a ganhar maior protagonismo nos próximos dias e estreitar o diálogo com a comissão de inquérito em andamento no Congresso. “Certamente, a CPMI vai aproveitar muito do que foi feito aqui”, comentou. Para o deputado, isso é reforçado pela convocação de alguns personagens importantes, como o general Gonçalves Dias, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que deporá à comissão do Legislativo local.
Vale, no entanto, ponderou que a serenidade precisa dar o tom da CPI dos atos antidemocráticos. Para o distrital, isso se deve ao andamento dos trabalhos da comissão até o momento. “Está transcorrendo muito bem. Já foram feitas várias oitivas de pessoas envolvidas com isso. Esperamos um desfecho positivo e que possamos achar os verdadeiros culpados dessa tentativa de golpe”, disse.
Trabalhos da Casa
O vice-presidente da Câmara Legislativa também falou sobre a retomada gradual das discussões técnicas para a aprovação de leis importantes para a capital. E destacou dois projetos: um de sua autoria, que obriga o debate sobre machismo nas escolas, e outro que impõe multa de R$ 500 a R$ 500 mil aos agressores de mulheres.
Segundo o parlamentar, falta celeridade na regulamentação de leis que passam pela CLDF e são sancionadas. “Não tem sentido trabalharmos, fazermos debates, pegarmos demandas da população, apresentarmos projetos de leis, aprová-los, o governador sancioná-las e essas leis não entrarem em prática”, reiterou.
* Estagiário sob a supervisão de Hylda Cavalcanti
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