O comandante-geral Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), coronel Klepter Rosa, explicou que a inteligência da corporação identificou, entre os manifestantes, durante a descida para a Esplanada dos Ministérios no 8 de janeiro, pessoas que estariam com estilingues e mochilas volumosas. À CPI dos Atos Antidemocráticos, o oficial explicou que foi a única informação que recebeu sobre o percurso dos manifestantes.
“Quando começou o deslocamento deles, o pessoal da inteligência identificou nos manifestantes alguns grupos com estilingues, mochila volumosa. Foi a única informação de inteligência que tive de possíveis manifestantes com objetos que poderiam causar algum dano”, explicou. “Logo após essa mensagem, policiais do batalhão de trânsito chegaram a fazer a prisão de alguns manifestantes. Eles estavam portando estilingues e pedras durante a caminhada entre o QG e a Esplanada”, concluiu.
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Questionado pelo presidente da CPI da Câmara Legislativa (CLDF), Chico Vigilante (PT), sobre a existência de coquetel molotov entre os manifestantes, Klepter detalhou que não se recorda, mas se comprometeu em averiguar para informar à CPI posteriormente. O coronel afirmou ainda que o 6° Batalhão de Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), responsável pela Esplanada, tem materiais para proteção dos policiais, como capacete e escudos. No entanto, ele não sabe por que esse material não foi disponibilizado aos policiais.
“Com relação ao emprego das tropas especiais, em especial ao Batalhão de Choque, ele não é empregado na linha de abordagem. Essa linha é empregada pelo policiamento ordinário. Atrás dela, a retaguarda. Dependendo dos eventos, a tropa fica nessa linha, mas, por vezes, a tropa de choque fica na Praça dos Três Poderes, aguardando um possível acionamento”, pontuou.
O comandante-geral disse que recebeu informações de que a tropa de choque estava dividida em algumas equipes, como umas na Praça dos Três Poderes e outras no hotel onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estava residindo, antes de ir morar no Palácio do Alvorada.
CPI
O comandante-geral é ouvido na manhã desta quinta (15/6) na CPI dos Atos Antidemocráticos. O oficial assumiu o maior cargo da corporação durante a intervenção federal, após os ataques aos prédios dos Três Poderes, em 8 de janeiro.
Klepter seria ouvido, inicialmente, em 29 de junho — última oitiva antes do recesso parlamentar. No entanto, o cronograma foi modificado depois de integrantes da comissão terem sido procurados pelo ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general G. Dias, que pediu que o depoimento dele fosse adiado. Com isso, o presidente da CPI, Chico Vigilante (PT), decidiu adiantar a oitiva do comandante-geral.
O oficial é citado em depoimentos por dar folga ao ex-comandante do Departamento de Operações (DOP), Jorge Eduardo Naime, além de deixar a tropa de sobreaviso, no dia 7. Nos atos de 8 de janeiro, Klepter era subcomandante-geral da PMDF.
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