O comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), coronel Klepter Rosa, presta depoimento na manhã desta quinta-feira (15/6), na CPI dos Atos Antidemocráticos, da Câmara Legislativa (CLDF). O oficial explicou que recebeu informações do Departamento de Operações (DOP) e 1º Comando de Policiamento Regional (CPR), no dia 7 de janeiro, de que o efetivo era suficiente. Por isso, parte da tropa foi colocada em sobreaviso.
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Aos distritais, Klepter afirmou repassou essas informações para o então comandante-geral, coronel Fábio Augusto Vieira, sugerindo, então, o sobreaviso, deixando outros policiais disponíveis para substituir os que estavam em campo no 8 de janeiro.
“Em todo momento, mantive contato com o comandante-geral, coronel Fábio Augusto, informando dos fatos que estavam acontecendo (sobre o dia 7). Ele me disse que também tinha ligado para o coronel Paulo José (comandante interino do DOP) e ao coronel Casimiro, para tratar sobre efetivo, e que estavam avaliando a evolução da manifestação para emprego de policiamento. Ao longo do dia, um pouco mais tarde, uma nova mensagem, dizendo que havia chegado mais ônibus. O coronel Paulo José, novamente, informou que o policiamento já estava alocado, e que as tropas do CPME estavam empregadas”, disse.
O coronel explicou que os comandantes diziam que não havia certeza de que os manifestantes bolsonaristas desceriam do acampamento do Quartel-General do Exército, e que questionou o coronel Marcelo Casimiro para tratar sobre o efetivo. Recebeu como resposta que era suficiente, além de que a tropa seria comandada por um major. Casimiro, em depoimento à CPI, afirmou que trabalhou em 7 de janeiro, mas que folgou no 8 de janeiro.
“Diante dessas informações, retornei ao comandante-geral e falei que o DOP e o 1° CPR, que disseram que policiamento estava adequado e que estava condizente com as informações disponíveis, mas que havia a possibilidade de mais ônibus (...) Como ele (Paulo José) teria que fazer o acionamento de efetivo para o período da tarde (8 de janeiro), para rendição ou reforçar o efetivo, perguntei para o coronel Fábio Augusto se não era viável deixar a tropa de sobreaviso, ciente de que poderiam ser escalados às 7 da manhã. Ele, então, me respondeu que estava de acordo, e para eu determinar aos departamentos para deixar as tropas de sobreaviso. Isso ocorreu no final da tarde de sábado (7 de janeiro), início da noite”, completou.
O coronel explicou, também, que, como não havia a confirmação da descida dos bolsonaristas por parte do DOP, não seria possível deixar toda a tropa de prontidão, porque causaria um desequilíbrio de policiais nas ruas. “A primeira medida é deixar de sobreaviso, porque não temos a solicitação do DOP para o emprego, no horário x, na missão y e no local z. Faltou essa informação. Se o DOP tivesse solicitado que precisava de efetivo, com a confirmação da manifestação, no período da tarde, a orientação e sugestão ao comandante-geral seria diferente”, contou.
CPI
O comandante-geral é ouvido na manhã desta quinta na CPI dos Atos Antidemocráticos. O oficial assumiu o maior cargo da corporação durante a intervenção federal, após os ataques aos prédios dos Três Poderes, em 8 de janeiro.
Klepter seria ouvido, inicialmente, em 29 de junho — última oitiva antes do recesso parlamentar. No entanto, o cronograma foi modificado depois de integrantes da comissão terem sido procurados pelo ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general G. Dias, que pediu que o depoimento dele fosse adiado. Com isso, o presidente da CPI, Chico Vigilante (PT), decidiu adiantar a oitiva do comandante-geral.
O oficial é citado em depoimentos por dar folga ao ex-comandante do Departamento de Operações (DOP), Jorge Eduardo Naime, além de deixar a tropa de sobreaviso, no dia 7. Nos atos de 8 de janeiro, Klepter era subcomandante-geral da PMDF, responsável por todos os departamentos.
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