CPI do DF ouve comandante da PMDF sobre atos de 8 de janeiro; acompanhe

Coronel Klepter Rosa será ouvido pelos distritais na CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa. O oficial passou a ocupar a cadeira de comandante-geral da corporação durante o período de intervenção federal

Pablo Giovanni

postado em 15/06/2023 05:52

(crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)

O comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), coronel Klepter Rosa, será ouvido nesta quinta-feira (15/6), às 10h, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa (CLDF). O oficial assumiu o maior cargo da corporação durante a intervenção federal, após os ataques aos prédios dos Três Poderes, em 8 de janeiro.

Klepter seria ouvido, inicialmente, em 29 de junho — última oitiva antes do recesso parlamentar. No entanto, o cronograma foi modificado depois de integrantes da comissão terem sido procurados pelo ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general G. Dias, que pediu que o depoimento dele fosse adiado. Com isso, o presidente da CPI, Chico Vigilante (PT), decidiu adiantar a oitiva do comandante-geral.

O oficial é citado em depoimentos por dar folga ao ex-comandante do Departamento de Operações (DOP), Jorge Eduardo Naime, além de deixar a tropa de sobreaviso, no dia 7. Nos atos de 8 de janeiro, Klepter era subcomandante-geral da PMDF. “Vamos indagar isso dele (sobreaviso). Uma das minhas perguntas é para tentar descobrir o motivo pelo qual ele colocou os policiais de sobreaviso nas vésperas do 8 de janeiro”, disse Vigilante.

“Além disso, queremos saber quem mandou abrir a Esplanada dos Ministérios. O coronel Casimiro [Marcelo Casimiro, coronel da PM que já depôs na CPI] disse que quem mandou foi o Paulo José [Paulo José Ferreira, também coronel da PM], por ordem do governador. Queremos saber mais sobre o que ocorreu no dia 8 de janeiro”, completou.

Calendário

A CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do DF (CLDF) entrou no último mês de depoimentos antes do recesso parlamentar. Até agora, 12 pessoas foram ouvidas pelos deputados distritais, que preveem que os trabalhos sejam concluídos no final de setembro.

Ainda há, entretanto, um longo caminho a percorrer. Pelo acordo com a CPI, o último personagem do Exército a ser ouvido é o general Gonçalves Dias. A oitiva do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Lula está marcada para a última reunião da comissão a se realizar antes do recesso, em 29 de junho. G Dias comparecerá na condição de testemunha. Assim como ele, o ex-comandante do Comando Militar do Planalto (CMP), general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, e o ex-ministro do GSI, general Augusto Heleno, também participaram da CPI da CLDF como depoentes.

Ainda no mês de junho, será ouvido pelos deputados o acusado de tentar explodir uma bomba no Aeroporto de Brasília, em dezembro passado, Alan Diego dos Santos. Os distritais esperam ouvi-lo em 29 de junho, já que é necessário a liberação dele por parte do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.